Ganhar, achar ou sacar dinheiro é uma felicidade para qualquer pessoa. Porém, muitos brasileiros não se atentam as quantias e alguns valores altos que podem receber com saques especiais, ou até mesmo esqueceram de conferir a conta no banco.
Os brasileiros ainda não sacaram os mais de R$ 7 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, como divulgou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (07).
O Sistema de Valores a Receber devolveu mais de 5 bilhões à disposição de instituições financeiras | (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Os brasileiros ainda não
sacaram, até o fim de dezembro, R$ 7,59 bilhões em recursos esquecidos no
sistema financeiro, divulgou nesta quarta-feira (7) o Banco Central (BC). Até
agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,74 bilhões, de um
total de R$ 13,33 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com 2 meses de defasagem.
Em relação ao número de
beneficiários, até o fim de dezembro, 17.928.779 correntistas haviam resgatado
valores, o que representa apenas 29,4% do total de 60.984.441 correntistas
incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram
valores, 17.016.755 são pessoas físicas e 912.024 são pessoas jurídicas. Entre
os que ainda não fizeram o resgate, 39.952.928 são pessoas físicas e 3.102.734
são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e
empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os
valores a receber de até R$ 10 concentram 63,49% dos beneficiários. Os valores
entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,11% dos correntistas. As quantias
entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,68% dos clientes. Só 1,73% tem direito
a receber acima de R$ 1 mil.
Depois de ficar fora do ar por
quase 1 ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos,
um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de
pessoas falecidas. Em dezembro, foram retirados R$ 191 milhões, queda em
relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 211 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem
novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação
para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores
previstos na norma do SVR. Também há uma sala de espera virtual, que permite
que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um
cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a
possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para
herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas
consultas a pessoas vidas, o sistema informa a instituição responsável pelo
valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta
conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro,
ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações como valor, data e CPF de
quem fez o pedido.
Fontes de recursos
Também foram incluídas fontes
de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram
acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de
registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos
disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas fontes, o SVR
engloba os valores, já disponíveis para saques no ano passado, em contas
corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas
de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de
grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou
despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o
correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a
intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta
que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não
envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para
confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que
apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a
Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça
senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Autor:Laura
Vasconcelos com informações da Agência Brasil
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