O PDT (Partido Democrático Trabalhista) começou a debater uma eventual saída do partido do bloco de apoio ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Casa. O movimento é discutido depois de o PSB (Partido Socialista Brasileiro) protocolar na 2ª feira (5.fev.2024) sua saída do chamado “blocão”, formado por PP, União Brasil, PSDB-Cidadania, PDT, Solidariedade, PRD e Avante. Uma nova reunião da bancada do PDT para acordar o futuro da sigla no grupo será em 20 de fevereiro.
Nova reunião para discutir o tema será em 20 de fevereiro; movimentos impactam eleição para presidência da Casa em 2025.
Caso a saída se confirme, o blocão de Lira ficará com 144 deputados, só 1 a mais do que o outro grande bloco da casa |
O deputado Dorinaldo Malafaia
(PDT-AP), vice-líder do Governo no Congresso, disse ao Poder360 ser difícil o
partido ser aliado do Planalto e continuar caminhando com Lira diante das
últimas declarações e atritos com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). “É uma contradição”, afirmou.
A bancada foi uma conquista do
presidente da Câmara em abril de 2023 frente a formação do bloco do MDB, PSD,
Republicanos e Podemos. Antes da saída do PSB, o grupo de Lira contava com 176
deputados federais. Agora, tem 162 integrantes. O PDT tem 18 deputados. Caso
opte por sair, o blocão ficaria com 144 deputados, só 1 a mais do que o outro
grande bloco da casa, que tem 143 congressistas.
Os grandes blocos da Câmara
foram criados em 2023 já pensando na eleição para a presidência da Câmara em
2025. No bloco de Lira, há o favorito do presidente da Câmara para disputar sua
sucessão: Elmar Nascimento (União Brasil-BA). No 2º maior bloco da Casa há ao
menos 3 pré-candidatos: o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira
(Republicanos-SP), o líder do PSD, Antonio Brito (PSD-BA), e o líder do MDB,
Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
Dorinaldo, que faz parte do
grupo de apoio de Lula na Câmara, diz concordar com Lira sobre as críticas ao
ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas discorda em
relação à ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O deputado do PDT reafirmou que
o que irrita congressistas é o descumprimento de acordos do governo e o atraso
no repasse de emendas. “Padilha precisa dialogar mais, é o trabalho dele. Ele
não desce do Planalto para debater”, declarou.
Já em relação à ministra,
Dorinaldo afirma que a questão de Lira é “puramente fisiológica” e de interesse
pelo comando da pasta. “Nísia tem interlocução com a área de saúde, com
organismos internacionais, crédito na ciência, respeito internacional”,
afirmou.
PSB SEGUE FORA DO BLOCO
A bancada do PSB se reuniu
nesta 4ª feira (7.fev.2024) pela 1ª vez depois da saída do bloco de apoio a
Lira. Apesar da pressão de partidos do grupo para que a sigla reveja sua
decisão, o líder do partido, Gervásio Maia (PSB-PB), mantém o plano de
continuar fora do bloco e resiste as ameaças de retaliação.
Uma nova reunião da bancada
também deve ser realizada depois da semana do Carnaval, quando os trabalhos na
Câmara serão retomados.
Fonte: Poder 360
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