A tilápia é peixe de água doce e muito comum em rios brasileiros, no entanto, está invadindo o mar ao longo da costa brasileira. A pesquisa aponta que já foram registradas 19 "invasões" em áreas diferentes do Brasil, algo que preocupa uma vez que a tilápia pode afetar significativamente a biota nativa.
Pesquisas apontam que já foi registrada 19 "invasões" do peixe de água doce em água salgada ao longo da costa brasileira.
Um estudo traz evidências de que a tilápia está conseguindo se adaptar a ambientes salobros, água salgada. | Divulgação
O trabalho, publicado nesta semana na revista científica Aquatic Ecology, reúne vários registros após pesquisadores de onze instituições diferentes publicarem um estudo que traz evidências de que a tilápia está conseguindo se adaptar a ambientes salobros, água salgada.
Espécies invasoras são continuamente introduzidas em diversos ecossistemas a partir das atividades humanas. Os casos relatados em ecossistemas marinhos ou salobros, contudo, ainda são poucos. Foram obtidos dezenove registros, sendo a presença deste invasor sugerida como maior após os períodos chuvosos", detalha a pesquisa.
A migração das tilápias para a água salgada é algo que havia sido descrito, até então, apenas experimentalmente, de acordo com a pesquisa.
"Nossas descobertas destacam o potencial de um invasor tipicamente de água doce se espalhar pelos ecossistemas marinhos, levantando preocupações em relação ao licenciamento de projetos de aquicultura em rios e estuários, uma vez que a tilápia pode afetar significativamente a biota nativa brasileira."
tilápia é um peixe nativo da África, mas foi introduzida em muitos lugares nas águas abertas da América do Sul e Sul da América do Norte e são comuns na Flórida, Texas e partes do Sudoeste dos Estados Unidos, e no Sul e Sudeste do Brasil.
“Surgiram vídeos na internet
feitos na região de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, que mostravam a
presença de cardumes de tilápias no mar. Essa é uma região de água muito fria e
salina, que sofre a influência de uma corrente oceânica que é profunda e que
aflora na costa”, explica a ecóloga que liderou a pesquisa, Ana Clara Sampaio
Franco, da Universidade de Girona na Espanha.
Autor:Marli Portilho- DOL/ Itatiaia
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