Após desencontros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu presencialmente pela primeira vez nesta quarta-feira (20/9) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que driblou a imprensa por uma porta lateral do hotel onde está hospedado o chefe do Executivo brasileiro. A reunião foi fechada.
Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky em Nova York (Foto: Ricardo Stuckert)
Participaram
da conversa o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial para Assuntos
Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e o ministro-chefe da Secretaria
de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Por
meio das redes sociais, Lula disse ter tido "uma boa conversa sobre a
importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo
aberto entre nossos países".
Em
março, os líderes chegaram a conversar por telefone. Já em maio, ensaiaram um
encontro durante a cúpula do G7 no Japão, mas após problemas de agendas, a
conversa não ocorreu. Na época, o governo brasileiro alegou ter oferecido dois horários
para o líder ucraniano, mas ele não compareceu.
Já
a Ucrânia, alegou que a equipe de Lula demorou a responder sobre a
disponibilidade para o encontro e quando respondeu, Zelensky já tinha outros
compromissos. Após o desencontro, Zelensky teceu declarações polêmicas, como
quando disse que Lula repetiu as falas do presidente russo, Vladimir Putin.
Em
declarações anteriores, Lula chegou a afirmar que Zelensky também é responsável
pela guerra porque "quando um não quer, dois não brigam" e já
insinuou que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia. O chefe do Executivo
brasileiro também negou venda de material militar para o governo ucraniano e
não apoia sanções contra a Rússia.
O
encontro entre ambos ocorre também após Lula ter dito que Putin não seria preso
se viesse ao Brasil para a reunião do G20, embora tenha uma ordem de prisão por
crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é
signatário. Depois, o presidente recuou da declaração, mas afirmou não saber
qual a serventia do TPI e que estudaria a razão pela qual o país assinou o
tratado.
Por
outro lado, Lula tem defendido a criação do que chama de "clube da
paz", que negocie o fim da guerra no Leste europeu que já dura um ano e
meio. O presidente brasileiro retorna ao Brasil na noite desta quarta-feira
(21/9).
Em
discurso na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
no último dia 19, o presidente Lula afirmou que a guerra da Ucrânia escancara a
incapacidade dos países que fazem parte da ONU de alcançarem a paz.
Mais
cedo, Lula se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com
quem lançou uma iniciativa global para promoção do trabalho decente intitulado
de "Coalizão Global pelo Trabalho". A previsão é de que o petista
ainda se reúna com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Tedros Adhanom Ghebreyesus e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña e
embarque ainda hoje para o Brasil.
Com
informações portal Correio Braziliense
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