Prefeitos e deputados caririenses pretendem manter a pressão sobre o Governo e o Congresso Nacional, por mais recursos para os municípios. As cidades do Cariri, com exceção de Campos Sales, aderiram à paralisação de serviços realizada em conjunto com outras prefeituras do Nordeste, no último dia 30. Os gestores protestam contra redução de verbas e atraso em emendas, em especial a queda de repasses no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A paralisação de 168 cidades cearenses foi coordenada pela Associação dos Municípios do Ceará (Aprece).
A entidade sinaliza outros movimentos, interrupções de serviços e até demissões no funcionalismo público. “Se nada for feito, a paralisação, que hoje fazemos de forma coordenada, deixando os serviços essenciais funcionando, infelizmente acontecerá de forma desordenada. Tememos pela qualidade dos serviços, pelo prejuízo que a população irá ter”, adverte Junior Castro, presidente da Aprece.
Os prefeitos se reuniram com deputados estaduais, entre eles Guilherme Landim (PDT), ex-prefeito de Brejo Santo, que reconheceu a paralisação como fundamental e sugeriu a formação de uma frente ampla. “Para que o Congresso vote ações que diminuam os encargos para os municípios e o Governo Federal possa encontrar uma maneira de auxiliar esses entes, que são os mais sacrificados”, apoio Landim.
O prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), ressaltou que o movimento não se trata de uma greve, mas uma tentativa de “sensibilizar o Governo Federal, deputados e senadores, a perceberem a gravidade que os nossos municípios estão passando na condição financeira”.
Outros gestores caririenses aderiram à continuidade do pleito, a exemplo do prefeito de Crato, Zé Aílton Brasil (PT), para quem “a mobilização terá bons resultados”. Ele ainda prometeu acompanhar “os desdobramentos em prol de conquistas para a melhoria da administração pública e bem-estar da população”. Prefeito de Várzea Alegre e vice-presidente da Aprece, Zé Hélder enfatizou a prioridade em “buscar recompor as finanças municipais para não deixar faltar serviços essenciais e importantes para a população”.
Prefeito de Juazeiro do Norte, cidade que mais arrecada no Cariri, Glêdson Bezerra (Podemos) destacou que 80% das receitas dependem de transferências estaduais e federais. “Se há uma queda considerável nas transferências, é óbvio que vamos sofrer com relação ao planejamento”, argumenta.
A situação também afeta cidades menores, como Missão Velha. “Já havíamos enfrentado dificuldades e, com a queda no FPM, dificulta ainda mais e fica praticamente inadministrável”, diz o prefeito Dr. Lorim (PDT). O prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), expõe ser desejo dos gestores oferecer “o melhor para a população em cada cidade, mas com os recursos que estamos recebendo, isso fica impossível”.
Fonte:Jornal do Cariri
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