O retorno da liberação das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) para o território cearense, na última quinta-feira, 13, foi muito celebrado pelas autoridades e pela população. O bombeamento para a Barragem de Jati, no Sul do Estado, voltou a acontecer após paralisação em novembro de 2022, por conta de serviços de manutenção na Estação de Bombeamento EBI-3. Contudo, o recurso hídrico não será transportado, de imediato, para o Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Além disso, o custeamento da manutenção e operação do maior projeto hídrico do país ainda carrega incertezas.
O trecho que passou por manutenção fica em Salgueiro, em Pernambuco, onde está o Núcleo de Controle Operacional da Integração do São Francisco. A estrutura compõe o Eixo Norte do Pisf, responsável por abastecer, além do Ceará, os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Ou seja, a chegada a esses territórios também depende do transporte para a barragem de Jati, estrutura que pode acumular até 28 milhões de metros cúbicos de água.
CUSTEAMENTO INCERTO
O principal gargalo do Pisf, hoje, é o seu custeamento de operação e manutenção. Desde que as águas foram liberadas pela primeira vez, isso vem sendo discutido. Assim como a Paraíba, que também é beneficiada pelo Eixo Leste — inclusive evitando um colapso hídrico em Campina Grande —, o Ceará não pagou pelo recurso hídrico. Até agora, tudo tem sido custeado pela União.
O gasto maior é, sobretudo, a
partir do bombeamento da água, feito por nove estações, somando os eixos Leste
e Norte. O consumo calculado sería de 1 KWh por metro cúbico bombeado, segundo
o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Jerson
Kelman, que foi presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
(ANA).
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