Oex-presidente da república, Jair Bolsonaro deve depor novamente à Polícia Federal, nesta quarta-feira (12), no âmbito das investigações da trama golpista do senador licenciado Marcos do Val (Podemos-ES). Marcos do Val afirmou que Bolsonaro teria o envolvido em uma tentativa de golpe de Estado, mas voltou atrás e mudou esta versão diversas vezes. O depoimento desta quarta está marcado para às 14h, na sede da PF, em Brasília.
Marcos Do Val contou várias versões sobre suposto envolvimento em trama para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Essa é a quarta vez que Bolsonaro é intimado a
depor. O ex-mandatário também foi ouvido nos inquéritos que investigam fraudes
no seu cartão de vacinação e de sua família, nos ataques de 8 de janeiro e no
caso das joias sauditas, que ele teria tentado trazer ilegalmente ao Brasil.
Em uma live no início de fevereiro deste ano, o
senador disse que Bolsonaro o teria "coagido" a participar de uma
tentativa de golpe, que envolveria também o ex-deputado federal Daniel
Silveira, preso desde fevereiro no complexo penitenciário de Bangu, no Rio de
Janeiro, por ter descumprido medidas cautelares determinadas pelo Supremo
Tribunal Federal após condenação por ataques às instituições, ao Estado
Democrático de Direito e ao próprio STF.
De acordo com o senador, Bolsonaro teria pedido
que Do Val gravasse, usando equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), o ministro Alexandre de Moraes, a fim de obter alguma fala que o
comprometesse que o impedisse de relatar o inquérito sobre os atos antidemocráticos.
No outro dia, Do Val mudou a versão e disse que
Bolsonaro teria apenas ouvido a conversa, sem falar nada. O senador alterou a
fala várias vezes e chegou a dizer ainda que as diversas versões seriam uma
tática de "inteligência" para "ludibriar o inimigo". Ao
todo, segundo o STF, foram quatro versões e, assim que o caso veio à tona, a
Corte abriu um inquérito para investigar.
Do Val foi alvo de operação de busca e apreensão
no gabinete por conta das acusações, no apartamento funcional, em Brasília, e
em outro endereço em Vitória. A PF chegou a pedir a prisão do senador, mas
Moraes negou.
O senador também teve as contas das redes
sociais bloqueadas que usava para atacar o ministro do STF e integrantes do
governo, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Após a
operação, o senador pediu licença de 120 dias do cargo alegando motivos
médicos, depois de supostamente sentir-se mal no gabinete.
Autor:Com
informações do Correio Braziliense
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