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'Simulador de escravidão': game com negros em volta de 'senhor' branco e torturas é removido da loja do Google.

O Google removeu de sua loja de download de aplicativos, na tarde desta quarta-feira, um jogo chamado "Simulador de Escravidão", em que o usuário simula ser um proprietário de escravos para "extrair lucros e evitar rebeliões e fugas". A remoção foi feita após repercussão negativa. 

Desenvolvido pelo estúdio Magnus Games, o jogo trazia a imagem de homens negros trabalhando ao redor de um senhor branco em sua imagem de divulgação. 

Os produtores afirmam, na Play Store, que o aplicativo foi criado para "fins de entretenimento", e que "condenam a escravidão no mundo real". Na tela de abertura do game aparece uma notificação informando que "todo o conteúdo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos" e que "todas as coincidências são acidentais". 

A descrição do game explicava que o usuário seria capaz de "gerenciar seus escravos, mudar suas condições de vida e treiná-los", "proteger seus escravos para evitar que escapam e se levantem" e "fazer negócios, atribuir escravos a diferentes empresas para trabalhar e gerar renda", entre outros. 

"Neste simulador de escravidão, existem 3 tipos de escravos: trabalhadores, gladiadores e escravos de prazer. Compre e venda-os. Cada escravo é adequado para um determinado negócio. Treine seus escravos para aumentar seu nível de maestria e renda", dizia a descrição. 

No jogo, o escravo "trabalhador" é exibido como um homem negro acorrentado pelo pescoço, enquanto o "gladiador" tem tom de pele mais claro, e o tipo "por prazer" traz uma mulher branca com roupa de dança. 

Em nota, o Google afirmou que removeu o aplicativo da Play Store e que tem um "conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores". 

"Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas", informou a empresa ao Globo. 

Nos comentários, que deram uma média de nota 4,0 de 5,0 para o aplicativo, usuários deixaram mensagens de ódio e satisfação com o teor do game. 

"Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!", escreveu o usuário Mateus Schizophrenic em 22 de maio. Ele deixou nota máxima. 

O aplicativo foi lançado em 20 de abril deste ano, tem classificação livre, continha anúncios e contava com mais de mil downloads até ser retirado de circulação. 

O Globo tentou contato com o estúdio Magnus Games por e-mail, mas não teve resposta. No registro da Play Store consta como site oficial uma página no Facebook com publicações em inglês. 

Ao longo desta tarde, alguns órgãos começaram a se movimentar contra o aplicativo. O Ministério da Igualdade Racial emitiu um comunicado informando que, após a repercussão do caso, entrou em contato com o Google para propor medidas "que contribuam para um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade". 

Fonte: O Globo

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