O inspetor da Polícia Civil Antonio Alves Dourado, de 44 anos, que confessou ter matado quatro policiais civis em Camocim, no litoral do Ceará, se entregou para as autoridades pouco depois de cometer a chacina. Após as mortes, Dourado se entregou e está detido no sistema prisional.
Policial civil que matou colegas ligou para se entregar. Ele mesmo se algemou para a prisão após fugir em viatura com pneu furado em Camocim.
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Foto: Reprodução. |
Depoimentos de
policiais militares que atenderam à ocorrência dão a dimensão do crime e
revelam detalhes do que aconteceu na madrugada desse domingo (14/5).
Após matar os policiais, que descansavam
na delegacia depois de voltar de uma diligência, o inspetor Dourado fugiu em
uma viatura preta e de pneu furado, segundo testemunhas.
O autor do
atentado rumou até o bairro Praia, onde vive com a esposa e os dois filhos, de
19 e 14 anos. Ele abandonou o carro em uma rua e foi para sua residência, de
onde ligou para o policial militar de plantão, confessou o crime e disse que ia
se entregar.
Com medo da reação de Dourado, uma equipe de
três policiais militares foi até a casa dele. O inspetor saiu de casa algemado
para se entregar. Ele mesmo se algemou e jogou as duas armas usadas no crime no
jardim. Duas pistolas: uma PT 100 e uma Sig Sauer.
Prisão
A esposa e um dos filhos de Dourado estavam
presentes no momento em que ele se entregou para a polícia. O filho entregou
uma sacola plástica, a pedido do policial militar, para que os revólveres
fossem apreendidos sem prejudicar a perícia.
Dourado ficou em silêncio quando foi levado
para depor na Polícia Civil em Sobral (CE), mas informalmente revelou para os
policiais que pretendia matar mais pessoas com gás de cozinha e que
usaria armas que estavam na delegacia para assassinar quem entrasse no local.
De fato, a PM encontrou a sala do delegado com
a porta arrombada, munições espalhadas no chão e duas armas de cano longo sobre
a mesa: um fuzil e uma metralhadora, segundo a Polícia Militar.
O autor da chacina foi levado para a
Penitenciária Industrial de Sobral, mas a defesa quer que ele seja transferido
para o presídio da PM, que seria mais adequado e onde ele poderia dar
continuidade ao tratamento psiquiátrico que estaria fazendo. A Polícia Civil
pediu a prisão preventiva do inspetor.
Quatro
mortes
Dourado chegou na delegacia de moto por volta
das 4h50 e entrou pelos fundos, onde tem um terreno baldio. Ele tinha as chaves
da delegacia e não teve nenhum impedimento para entrar no local.
O autor do atentado foi então até o alojamento
dos policiais, onde assassinou a tiros os escrivães Antonio José Rodrigues
Miranda, de 43 anos, Francisco dos Santos Pereira, de 47 anos, e o inspetor
Gabriel de Souza Ferreira, de 36. Dois deles dormiam na rede no momento em que
foram mortos.
De acordo com o relatório de local de crime, o
escrivão Antônio Cláudio dos Santos, de 46 anos, tentou fugir pulando da
varanda da delegacia, mas foi atingido por disparos nas costas e morreu.
Antônio Cláudio quebrou o braço ao pular da varanda e, por isso, não teve
chance de se defender, segundo o relatório.
Metrópoles
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