A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, informou, nesta quarta-feira (3), em Salvador, que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e os ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, das Mulheres e de Portos e Aeroportos vão debater medidas de prevenção de casos de racismo e de mecanismos de regulação das companhias aéreas.
Anielle deu a informação ao
responder a perguntas sobre as providências que seriam adotadas no caso da
professora negra Samantha Vitena, que foi retirada pela Polícia Federal de um avião da Gol Linhas Aéreas,
no último sábado (29), por se negar a despachar uma mochila em um voo da Bahia
para São Paulo.
De acordo com a ministra, a
integração entre os ministérios e a Anac tem o objetivo de evitar que se
repitam atos de racismo como os cometidos por funcionários de companhias
aéreas.
Os ministérios da Igualdade
Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania já pediram que a Polícia Federal apure a atuação de equipe da Gol. "No
mesmo dia, eu liguei para o ministro [dos Direitos Humanos e Cidadania] Silvio
Almeida, que topou entrar comigo nessa ação, nessa notificação. Já falamos
também com o ministro de Portos e Aeroportos [Márcio França] para fazermos a
reunião."
Segundo a pasta da Igualdade
Racial, a Anac já foi notificada “para adoção de todas as medidas cabíveis no
sentido de prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo
praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos de fiscalização”.
Reincidência
Segundo a ministra da Igualdade
Racial, a Gol Linhas Aérea é reincidente nesse tipo de ocorrência. Anielle
lembrou o caso de racismo semelhante sofrido por sua irmã, Marielle Franco, na
mesma empresa. “A Marielle passou por um caso de racismo na Gol, ainda com três
meses de vereadora [do município do Rio de Janeiro]. Eu me lembro perfeitamente
de como ela [Marielle] chegou em casa. A gente recebeu [o novo caso da
professora Samantha Vitena] e, além de repudiar o que aconteceu com ela,
notificou todos os que estavam envolvidos no caso."
A vereadora Marielle Franco foi
morta a tiros em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. O motorista
Anderson Gomes, que a conduzia, também morreu.
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