A Operação Plata, realizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) nesta terça-feira (14), cumpriu de sete mandados de prisão e outros 43 de busca e apreensão no Ceará, em outros sete estados e no Distrito Federal contra suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
A suspeita é de que o grupo criminoso tenha lavado mais de R$ 23 milhões com a compra de imóveis, fazendas, rebanhos e até com o uso de igrejas. No Ceará, os mandados foram cumpridos em Fortaleza. A quantidade e o tipo de mandado não foram informados pelo órgão.
Também
foram cumpridos mandados em:
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Rio Grande do Norte: Natal, Jardim de Piranhas,
Parnamirim, Caicó, Assu e Messias Targino;
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São Paulo: São Paulo, Araçatuba, Itu, Sorocaba,
Tremembé, Votorantim e Araçoiaba da Serra;
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Distrito Federal: Brasília;
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Santa Catarina: Balneário Camboriú;
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Paraíba: Picuí;
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Minhas Gerais: Espinosa;
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Bahia: Serra do Ramalho e Urandi.
Investigação
As investigações que
resultaram na operação Plata foram iniciadas em 2019, para investigar o tráfico
de drogas e associação para o tráfico, além do crime de lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, o
esquema é liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido por
"Colorido". Valdeci é da região do Seridó potiguar e apontado como o
segundo maior chefe de uma facção com atuação em todo o Brasil e em alguns
países da América Latina.
No Rio Grande do Norte,
Valdeci tem como braço-direito um irmão dele, Geraldo dos Santos Filho, também
já condenado pela Justiça por tráfico de drogas. "Pastor Júnior",
como é conhecido, foi preso em 2019 em São Paulo, usando documento falso. Geraldo
cumpria a pena em regime semiaberto.
As investigações do MPRN
apontam que os irmãos Valdeci e Geraldo ocultaram e dissimularam a origem
criminosa de seus recursos provenientes do tráfico de drogas por meio do uso de
“laranjas” recrutados de várias regiões do país.
Lavagem
de dinheiro
O dinheiro era lavado
com a compra de bens e animais em nome desses laranjas, a maioria irmãos,
filhos, cunhados e sobrinhos de Valdeci e Geraldo. A suspeita é que o esquema
tenha movimentado pelo menos a quantia de R$ 23 milhões.
Além de Valdeci e
Geraldo, a operação Plata cumpre mandados de prisão contra outras cinco
pessoas, inclusive uma pessoa de confiança que atuava como “tesoureiro” do
grupo criminoso no Rio Grande do Norte.
A pedido do Ministério
Público também houve a retenção do passaporte de um dos filhos de Valdeci, e
oito pessoas passarão a ter monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira.
Valdeci e Geraldo são
investigados na operação Plata ao lado de pelo menos mais outras 22 pessoas. A
Justiça determinou o bloqueio e indisponibilidade de bens até o limite de R$
23.417.243,37 relacionados a 28 contas bancárias dos suspeitos.
Conforme o órgão
ministerial, o dinheiro do grupo é obtido com tráfico de drogas e comércio
ilegal e lavado com a compra de imóveis, fazendas, automóveis, na abertura de
mercados e até com o uso de igrejas.
Segundo já apurado pelo
MPRN, Geraldo e a mulher dele abriram pelo menos sete igrejas evangélicas nos
estados do Rio Grande do Norte e de São Paulo. A ação cumpriu mandados de busca
e apreensão em algumas dessas igrejas.
A Justiça também
determinou o bloqueio de bens e imóveis, a indisponibilidade de veículos e a
proibição da venda de rebanhos bovinos.
Todo o material
apreendido será analisado pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras
pessoas nos crimes. Valdeci dos Santos permanecerá preso na Penitenciária
Federal de Brasília. Os demais presos na operação Plata foram encaminhados ao
sistema carcerário potiguar e estão à disposição da Justiça.
Por g1 CE
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