Oconselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (26) a nomeação de Jean Paul Prates à presidência da estatal. Ele já renunciou a seu mandato no Senado, que se encerraria em fevereiro, o que deve agilizar a posse.
Jean-Paul Prates já renunciou ao Senado e deve começar a anunciar diretoria esta semana.
Jean Paul Prates já renunciou a seu mandato no Senado, que se encerraria em fevereiro, o que deve agilizar a posse. | (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)
A Petrobras ainda não informou o resultado da
reunião, mas a Folha de S.Paulo apurou que a aprovação foi por unanimidade,
mesmo que o colegiado hoje seja formado majoritariamente por pessoas alinhadas
ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A expectativa é que Prates comece a anunciar ainda
esta semana nomes que comporão a diretoria da empresa, em um esforço para
agilizar a avaliação pelo comitê interno que analisa os currículos dos
indicados à administração da companhia.
O conselho deve manter a formação atual até a
assembleia ordinária de acionistas marcada para abril, quando o governo Luiz
Inácio Lula da Silva indicará novos nomes e Prates será avaliado
definitivamente para ocupar a presidência e uma vaga no colegiado.
A nomeação do novo presidente nesta quinta foi
facilitada pela renúncia do presidente anterior, Caio Paes de Andrade, que
havia sido indicado por Bolsonaro e deixou a empresa para assumir secretaria no
governo de São Paulo.
Por enquanto, há dois principais nomes cotados para
a diretoria da empresa, que também participaram da equipe de transição: o
economista William Nozaki, do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis; e Maurício Tolmasquim, que comandou a EPE
(Empresa de Pesquisa Energética) em gestões petistas.
A aprovação do nome foi comemorada pelos sindicatos
de empregados da companhia, que tiveram fortes embates com os presidentes da
estatal durante o governo Bolsonaro.
Colega de Prates na equipe de transição do governo,
o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar
disse que sua nomeação é "mais uma demonstração do compromisso do governo
com o povo brasileiro e a soberania nacional".
"A aprovação de Jean Paul Prates para a
presidência da Petrobrás representa o início de uma nova era em direção ao
crescimento e à retomada do papel da empresa como indutora do desenvolvimento
econômico e social do país", afirmou, em nota.
Prates assumirá a Petrobras logo após o primeiro
reajuste no preço da gasolina no governo Lula, anunciado nesta terça, decisão
criticada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), que indicou representante
para a equipe de transição do governo eleito.
Ele defende mudanças na política de preços da
empresa, eliminando o conceito de paridade de importação, que simula quanto
custaria para trazer os produtos do exterior e foi implantado no governo Michel
Temer (MDB).
O novo governo quer ainda uma Petrobras mais focada
no investimento do que na remuneração aos acionistas, retornando para segmentos
abandonados em gestões anteriores, como fertilizantes, petroquímica e energias
renováveis.
Em 2022, a Petrobras fechou o primeiro trimestre
como a maior pagadora de dividendos do mundo, reflexo de uma política de enxugamento
de investimentos e custos, aliada à escalada das cotações internacionais do
petróleo após o período mais crítico da pandemia.
Em novembro, um dia depois de divulgar o quarto
maior lucro já registrado por uma empresa no país, as ações da companhia
despencaram em Bolsas de Valores, diante de temores sobre incertezas políticas
e de alterações na política de remuneração ao acionista.
Autor:NICOLA PAMPLONA / FOLHAPRESS
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