A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, disse que o Brasil precisa se apressar para recuperar o tempo perdido nos últimos anos, quando a política ambiental não era prioridade para o governo federal.
Ministra do Meio Ambiente falou à TV Brasil
| ( José Cruz / Agência Brasil)
Em entrevista
à TV Brasil, ela afirmou que o país precisará buscar recursos de fora para
retomar ações de preservação do meio ambiente. “Vamos buscar doação da
filantropia. Quando estive no Egito [durante a COP27, conferência da ONU sobre
mudanças climáticas], me reuni com altos representantes da filantropia global e
alguns virão ao Brasil para negociar aporte de recursos”, afirmou.
Segundo ela,
entre as entidades interessadas em cooperar estão a Fundação Earth Alliance,
presidida pelo ator Leonardo diCaprio, e a Bezos Earth Fund, criada por Jeff
Bezos, dono da gigante varejista Amazon.
O país
reabriu recentemente o Fundo Amazônia, que conta com doações de outros países
para combate ao desmatamento na região, bem como no apoio a pesquisas e
atividades produtivas sustentáveis. Alemanha e Noruega são os atuais parceiros
do fundo, que poderá contar com o Reino Unido em futuro breve.
Marina disse
que o dinheiro retido no fundo atualmente, R$ 3 bilhões, será utilizado de
forma emergencial para ações de gestão, fiscalização e monitoramento. Ela
adiantou que irá ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a fim de
buscar mais recursos para preservação ambiental no Brasil. “Vou para o fórum
econômico global, em Davos, e lá vou prospectar mais recursos da iniciativa
privada e da filantropia global”.
Entre os
primeiros esforços do MMA está a transição do Brasil para uma economia de baixo
carbono. Essa questão foi citada pela própria ministra ainda no período de
transição de governo, em dezembro. Ela explicou que a União Europeia adotou
novas regras sobre o tema e se o Brasil não se adequar, poderá prejudicar a
indústria exportadora nacional.
“A União
Europeia aprovou regramento que não permite a entrada de produtos oriundos de
desmatamento, violência, do garimpo ilegal, de destruição de áreas protegidas.
O esforço será de fazer o dever de casa para não prejudicar o agronegócio
brasileiro, os interesses brasileiros, a indústria”.
De acordo com
Marina, o mundo já vê o Brasil de forma diferente após a mudança de governo. E
mesmo que as políticas ambientais do governo Lula ainda não tenham sido postas
em prática, já existe confiança da comunidade internacional. “Quando a gente
muda a realidade e os parceiros adquirem confiança é possível retomar as
atividades. Elas já estão sendo retomadas mesmo antes de a gente começar a
implantar essas políticas, porque eles sabem que mudou a estratégia”.
Autor:( Agência Brasil )
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