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Greve de tripulantes causa transtorno em 17 aeroportos.

A greve de tripulantes aéreos, que suspendeu decolagens por duas horas na manhã desta segunda (19), causou transtornos em pelo menos 17 aeroportos pelo país. A paralisação, das 6h às 8h, ocorreu após falharem as negociações entre a categoria e as companhias aéreas por reajuste salarial e mudanças nos regimes de descanso.

A mobilização deve continuar nos próximos dias, caso não haja acordo.

 A Inframerica, que opera o Aeroporto de Brasília, contabilizou 24 atrasos em decolagens e 16 atrasos em chegadas. | ( Divulgação )

Com isso, os grevistas começaram e vão manter, durante a semana, suspensões em voos dos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos, Galeão e Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Belo Horizonte).

Em Congonhas, em São Paulo, pilotos e comissários de voo se reuniram no saguão do aeroporto e somavam cerca de 30 pessoas. As duas horas de paralisação resultaram em 38 atrasos e cinco cancelamentos de voos, segundo a Infraero. No Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foram registrados 13 atrasos e seis cancelamentos.

A Inframerica, que opera o Aeroporto de Brasília, contabilizou 24 atrasos em decolagens e 16 atrasos em chegadas, além de três cancelamentos, um de chegada, outro de partida e um terceiro por causa de manutenção não programada. Em Belo Horizonte, houve atraso em dois voos que chegariam a Confins saindo de Congonhas, segundo a assessoria da BH Airport.

Já em Guarulhos, a concessionária GRU Airport chegou a registrar dez atrasos por volta das 7h40, mas não havia voos atrasados às 8h30.

"Esperamos que o saguão esteja cheio de tripulantes, porque as empresas estão sendo intransigentes", afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender.

A mobilização terminou às 8h e deve continuar nos próximos dias, caso não haja acordo.

"As paralisações vão continuar a partir de hoje, por duas horas, nesse modelo, conforme indicação da assembleia", disse Hacklaender. "Entendo que voos sofreram atrasos e isso vai continuar acontecendo. Gera transtorno, mas é necessário neste momento".

Além de Congonhas e Guarulhos, o Galeão, no Rio, havia registrado três atrasos até as 8h, e Viracopos, em Campinas, um atraso.

Procurada, a Fraport Brasil, que administra os aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre, não informou dados de atrasos e cancelamentos e orientou que a situação dos voos seja verificada nos sites de cada aeroporto.

Além dos aeroportos onde houve manifestações, outros registraram atraso nas chegadas, o que leva a 17 locais com atrasos. Segundo as administradoras dos aeroportos, a maior parte das operações voltou ao normal no fim da manhã.

As negociações das últimas semanas não chegaram a um acordo e os tripulantes aéreos decidiram no domingo (18) manter a greve programada para esta segunda-feira (19).

A categoria rejeitou uma proposta apresentada pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) após negociação intermediada pelo vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Aloysio Corrêa da Veiga, e manteve a indicação de suspensões programadas entre 6h e 8h nos aeroportos.

O Snea diz que as negociações buscam assegurar a continuidade dos serviços "e o direitos dos clientes de viajar, especialmente neste período de alta temporada".

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a categoria pede às empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações em folgas.

O Sindicato dos Aeroviários, que representa a equipe de solo nos aeroportos, também está em negociação com as empresas e deu início à votação da proposta apresentada na última semana por Gol e Azul. A expectativa é que a votação seja concluída nesta semana.

O Snea propôs aos aeroviários reajuste dos salários, vale-refeição, vale-alimentação e demais benefícios monetários em 5,97%, equivalente ao INPC. Entre as cláusulas sociais há o direito combinar, mensalmente, uma folga aos sábados ou às segundas-feiras, para haver emenda com o domingo.

Autor: LUCAS LACERDA/ FOLHAPRESS

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