A greve de pilotos, copilotos e comissários chega ao terceiro dia de paralisações nesta quarta (21), às vésperas do Natal, com atrasos e cancelamentos de voos pelo país. As suspensões de decolagens em nove aeroportos entre 6h e 8h continuarão até que a categoria negocie e aceite uma proposta de reajuste e regime de folgas das empresas aéreas.
Na manhã desta quarta-feira (21), a suspensão de decolagens entre 6h e 8h afetou ao menos nove aeroportos. A categoria cobra reajustes salariais e melhores condições de trabalho.
Às vésperas do Natal, greve de aeronautas entra no terceiro dia e deve seguir por tempo indeterminado. | (Foto: Fernanda Frazão/Agência Brasil) |
É o que diz o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), que
representa os tripulantes aéreos. Na terça (20), as paralisações afetaram ao
menos 11 aeroportos no país, já que os atrasos e cancelamentos de decolagens
geram um efeito cascata para outros locais. Congonhas e Santos Dumont, por
exemplo, registraram, juntos, 126 atrasos e 55 cancelamentos até as 18h de
terça.
Até as 7h desta quarta (21), Congonhas registrava oito atrasos
e sete cancelamentos, segundo informações do site da Infraero. Já Guarulhos e
Brasília tinham, cada um, um voo atrasado.
O Santos Dumont, no Rio, registrava 12 cancelamentos e dez atrasos
meteorológicos por causa das chuvas, segundo o site da Infraero.
Segundo o SNA, as paralisações ocorrem novamente
nesta quarta em Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont
(ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e
Confins (Belo Horizonte).
Os aeronautas cobram das empresas aéreas a
recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e
ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção
da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações
em folgas.
"Ainda aguardamos as empresas se
manifestarem", diz o presidente do SNA, Henrique Hacklaender. "Nós
também gostaríamos que terminassem [as paralisações], mas as empresas estão
sendo intransigentes", afirma.
Em nota divulgada na terça (20), o Snea (Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias) voltou a afirmar que as empresas aéreas têm trabalhado para dar
assistência aos passageiros. O sindicato também alegou dificuldades das
companhias aéreas por causa do aumento de custos no QAV (querosene de aviação)
e o impacto financeiro da pandemia no setor.
Em relação às negociações, o Snea citou no texto a
proposta rejeitada pela categoria no domingo (18), com recomposição de perdas
da inflação e um ganho real de 0,5%, além da autorização para tripulantes
venderem voluntariamente as folgas.
Autor: UOL/Folhapress
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