AJustiça do Paraná acolheu nesta quinta-feira (1º) denúncia contra o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. Ele virou réu sob acusação de matar o guarda municipal petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (635 km de Curitiba).
O caso aconteceu em julho deste ano, quando a vítima comemorava o seu aniversário de 50 anos.
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Guaranho invadiu o aniversário e atirou contra o Arruda, que acabou morrendo. | ( Divulgação ) |
O caso aconteceu em julho deste ano, quando Arruda comemorava o seu
aniversário de 50 anos com a família e amigos em uma festa temática com
decoração alusaiva ao PT e ao então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O petista também era tesoureiro do diretório municipal do partido.
Guaranho invadiu o aniversário e atirou contra o Arruda, que acabou morrendo. Na ação, o petista reagiu e efetuou disparos contra seu agressor. Ele ficou ferido, recebeu atendimento médico e sobreviveu. Dias depois, teve prisão preventiva decretada pela Justiça.
Velório do petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu | (Foto: Christian Rizz/ AFP )
Em decisão nesta quinta-feira, o juiz Gustavo Germano Francisco
Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu acatou o pedido do Ministério
Público do Estado do Paraná e acolheu a denúncia contra Guaranho. Também
decidiu que o policial penal vai a júri popular.
O magistrado justificou sua decisão de acolher a
denúncia alegando que foi "demonstrada a materialidade e a presença de
indícios de autoria" do crime, elementos suficientes para dar
prosseguimento ao caso.
Ele apontou que a provável motivação do crime
indica uma "personalidade conflituosa, beligerante e intolerante" de
Guaranho, que teria invadido a festa de uma pessoa com opinião política
diferente da sua "com o aparente fim de antagonizar, confrontar".
Também destacou como agravante o uso pelo policial
penal de arma funcional, cujo porte decorre da chancela estatal para garantir a
segurança pessoal e a ordem social.
Segundo os relatos de
testemunhas à polícia, Jorge passou de carro em frente ao salão de festas
dizendo "Aqui é Bolsonaro" e "Lula ladrão", além de
proferir xingamentos a Arruda. Ele saiu após uma rápida discussão e disse que
retornaria.
Jorge de fato retornou, invadiu o salão de festas e
atirou em Marcelo. O petista, já ferido no chão, também baleou o bolsonarista.
Uma câmera de segurança registrou o crime.
Guaranho foi denunciado pelo Ministério Público
pela prática de homicídio duplamente qualificado. Na avaliação da Promotoria, o
assassinato aconteceu por motivo fútil e também resultou em "perigo
comum", já que haviam outras pessoas na festa que poderiam ter sido
atingidas pelos disparos.
Em sua decisão, o juiz ainda negou a possibilidade
de que Guaranho aguardasse o julgamento em liberdade e manteve sua prisão
cautelar.
Autor: JOÃO PEDRO PITOMBO/FOLHAPRESS
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