Em uma partida muito movimentada, a Alemanha derrotou a Costa Rica por 4 a 2, na tarde desta quinta-feira (1) no Estádio de Al Bayt. Porém, o resultado foi insuficiente para os germânicos alcançarem as oitavas de final da Copa do Catar, pois ficaram na terceira posição do Grupo E da competição.
É difícil entender o que se passa com o futebol alemão nas últimas
Copas. Tetracampeã no Brasil em 2014, os germânicos caíram na primeira fase no
Mundial da Rússia (2018). Ninguém esperava que, quatro anos depois, a equipe de
Thomas Müller e companhia voltasse a fracassar tão precocemente.
Alemanha e Costa Rica já tinham se enfrentado na Copa de 2006. Em
Munique, os alemães venceram por 4 a 2, placar que se repetiu nesta quinta. De
lá para cá os tempos mudaram, tanto que quem poderia imaginar que haveria uma
Copa do Mundo num país árabe e, mais que isso, que a partida realizada no
Estádio Al Bayt seria apitada pela primeira vez por uma juíza, a francesa
Stéphanie Frappart, de 38 anos, auxiliada pela bandeirinha Neuza Inês Back, de
Santa Catarina.
A força alemã permaneceu a mesma. Logo aos 2 minutos, o goleiro
costarriquenho Navas foi exigido num chute forte Musiala. Aos 4, Gnabry,
totalmente impedido, também acertou o alvo, mas o goleiro espalmou. Precisando
da vitória para se classificar às oitavas de final, era natural que a pressão
dos tetracampeões mundiais fosse insana nos primeiros momentos. Mais normal
ainda era a Alemanha abrir o placar logo aos 9 minutos: Raum cruzou e Serge
Gnabry testou no cantinho de Navas: 1 a 0.
Tomando conta do jogo, estranhamente, a Alemanha não manteve a mesma
fome de gol. O ponta Gnabry, do Bayern de Munique (Alemanha), era a melhor
opção de ataque, mas seus cruzamentos não eram aproveitados na área. Apenas aos
34 minutos, num chute de fora da área de Kimmich, o goleiro Navas voltou a ser
testado, pegando em dois tempos. E aos 39, depois de limpar os zagueiros,
Gnabry chutou com curva, mas para fora.
Enfim, aos 42 minutos, após dois erros sucessivos da zaga alemã, o
costarriquenho Fuller ficou frente a frente com Neuer, chutou forte, mas o
goleiro espalmou por sobre a meta. Uma chance raríssima de acontecer e que foi
desperdiçada.
No 2º tempo, sabendo que precisava fazer um caminhão de gols para obter
a classificação (no outro jogo do grupo, o Japão fazia 2 a 1 na Espanha), a
Alemanha não teve outra alternativa a não ser sair da letargia. Era preciso
golear. Mas, aos 12 minutos, após Neuer rebater para frente uma cabeçada,
Tejada fulminou o goleiro, empatando o jogo em 1 a 1.
A reação alemã veio com Musiala, aparecendo livre na área e chutando na
diagonal, caprichosamente a bola pegou na trave de Navas. Na sequência, num
cruzamento rasteiro, Rüdiger entrou de carrinho e voltou a acertar a trave.
Musiala realmente estava com muito azar. Aos 21 minutos arriscou de fora
da área e, mais uma vez, a bola explodiu na mesmíssima trave esquerda da Costa
Rica.
O inacreditável ocorreu aos 24 minutos, cruzamento na área alemã e uma
falha bisonha de Neuer, que subiu e não achou nada, tentando defender no alto,
Vargas conseguiu colocar a bola no gol alemão, uma virada que chocou os 67 mil
espectadores presentes no Al Bayt.
Na saída, a Alemanha empatou o jogo novamente, quando a bola sobrou
limpa para o reserva Kai Havertz, que deu um toquinho tirando de Navas.
O jogo ganhou em emoção. Aos 30 minutos, o incrível goleiro Navas fez
uma grande defesa dentro da pequena área em chute de Füllkrug.
Finalmente, o mundo do futebol voltou ao normal quando o cruzamento para
a área encontrou a sola da chuteira de Kai Havertz, aos 39 minutos, para
desempatar e colocar os tetracampeões na frente.
Aos 43, Niclas Füllkrug completou para as redes de Navas, mas a
assistente marcou impedimento. O lance foi então para a revisão do VAR (árbitro
de vídeo), que depois confirmou a legalidade do gol: 4 a 2.
A goleada não adiantou de nada, pois, com 4 pontos e somente um gol de
saldo, a Alemanha caía fora da Copa precocemente. A Espanha, também com 4
pontos, fez 6 gols de saldo e se classificou em segundo lugar no Grupo E. O
líder foi o Japão, enquanto a Costa Rica foi a lanterna da chave.
Se serve de consolo, daqui a quatro anos há uma nova Copa do Mundo e a
Fifa aumentou o número de vagas diretas para os europeus para 16 seleções.
Por Agência Brasil
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