Após 15 semanas de queda, o preço da gasolina voltou a subir nos postos brasileiros, segundo a pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o combustível foi vendido, em média a R$ 4,86 por litro.
Petrobras segue sem se pronunciar em relação a reajustes: embora a defasagem siga elevada, a empresa sofre pressão do governo para segurar aumentos.
![]() |
Reajuste do preço da gasolina nos postos foi de 1,4% | Wagner Almeida / Diário do Pará |
É uma alta de 1,4% em relação ao verificado na semana
anterior, já com efeito de aumentos na única refinaria privada brasileira, a
Refinaria de Mataripe, que vem acompanhando mais de perto a alta nas cotações
internacionais.
A Petrobras segue sem se pronunciar em relação a reajustes:
embora as defasagens sigam em patamares elevados, a empresa sofre pressão do
governo para segurar aumentos ao menos até a votação de segundo turno das
eleições.
A estatal não mexe no preço da gasolina desde o início de setembro,
quando promoveu redução média de 7%. Já o preço do diesel está sem ajustes
desde o último dia 19, quando houve corte de 5,8%.
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos
Importadores de Combustíveis), a defasagem entre o preço médio da gasolina nas
refinarias brasileiras e a paridade de importação estava em 8%, ou R$ 0,30 por
litro, na abertura do mercado desta segunda-feira (17).
No caso do diesel, a defasagem era de 12%, o que
significa que o preço médio brasileira estava R$ 0,70 por litro abaixo da
paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o
produto dos fornecedores mais próximos.
O preço do diesel nas bombas se manteve estável em
relação à semana anterior. Segundo a ANP, o combustível foi vendido, em média,
a R$ 6,51 na semana passada, R$ 0,01 acima do verificado há duas semanas.
O preço médio do etanol hidratado nos postos brasileiros subiu pela
segunda semana consecutiva, para R$ 3,46 por litro. O valor é 1,7% superior ao
verificado pela agência há duas semanas.
De acordo com a ANP, o preço do gás de cozinha
também subiu na semana passada, para R$ 110,99 por botijão de 13 quilos, alta
de 0,3% em relação ao registrado na semana anterior.
A queda dos preços dos combustíveis foi usada no
primeiro turno como um dos trunfos da campanha à reeleição de Bolsonaro, que
teve a imagem desgastada pela escalada inflacionária do primeiro semestre. Na
campanha do primeiro turno, o presidente e aliados visitaram postos no Brasil e
no exterior.
Na semana passada, porém, as cotações
internacionais dispararam após corte de dois milhões de barris por dia na
produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), limitando a
atuação da estatal na campanha.
Autor: Nicola Pamplona (Folhapress)
0 Comentários