Ex-chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal em Curitiba e responsável pela carceragem da superintendência durante os 580 dias em que o ex-presidente Lula ficou preso por conta de processos da Lava Jato, o agente federal Jorge Chastalo Filho decidiu tornar público o seu voto em 30 de outubro: ele vai de Lula.
Preso por 580 dias por processos em que Sérgio Moro nunca apresentou provas, Lula se entregou à Polícia Federal em Curitiba antes das eleições de 2018 e foi libertado em novembro de 2019. Dos 26 processos contra ele, todos foram anulados após falta de prova alguma ou ele foi julgado e considerado inocente.
Jorge Chastalo Filho já afirmou que Lula é um grande líder político que está preocupado com o povo. | Divulgação |
"Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo
vigor do meu peito", disse à coluna o agente, que hoje atua como adido da
Polícia Federal em Lima, no Peru.
Chastalo ficou famoso a partir de 2017, pela sua
onipresença em fotos de presos pela operação Lava Jato no momento em que
chegavam ou saíam da carceragem da PF em Curitiba. Ficou conhecido também como
"Rodrigo Hilbert da PF", por conta de sua semelhança física com o
ator global.
Na condição de chefe da carceragem, cabia a
Chastalo escalar em modelo de rodízio agentes para cuidar da vigilância na
carceragem do ex-presidente, e também decidir o que era permitido e o que não
era permitido na cela onde Lula cumpria parte de sua pena de prisão.
A função aproximou-o do ex-presidente, figura que agora ele diz admirar
por conta de sua força política. "A sensibilidade de sua preocupação com a
pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se
mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou. Nunca o vi
deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou
gratidão e compaixão por quem estava ali com ele", diz o ex-carcereiro.
NOJO DE BOLSONARO
Chastalo afirma não gostar de ser encaixado em
tipos ideológicos ("a gente precisa de um governo que seja competente, não
importa se de esquerda ou de direita") e diz ter evitado se manifestar
politicamente até aqui sobre eleições, por conta de sua condição de funcionário
público diretamente envolvido em questões sensíveis, como a própria prisão do
ex-presidente.
Mas ele afirma estar disposto a se
"arriscar" e "arcar com as consequências disso" diante de
sua indignação em relação à qualidade do atual governo, que considera
"abominável".
A função aproximou-o do ex-presidente, figura que agora ele diz admirar
por conta de sua força política. "A sensibilidade de sua preocupação com a
pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se
mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou. Nunca o vi
deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou
gratidão e compaixão por quem estava ali com ele", diz o ex-carcereiro.
NOJO DE BOLSONARO
Chastalo afirma não gostar de ser encaixado em
tipos ideológicos ("a gente precisa de um governo que seja competente, não
importa se de esquerda ou de direita") e diz ter evitado se manifestar
politicamente até aqui sobre eleições, por conta de sua condição de funcionário
público diretamente envolvido em questões sensíveis, como a própria prisão do
ex-presidente.
Mas ele afirma estar disposto a se
"arriscar" e "arcar com as consequências disso" diante de
sua indignação em relação à qualidade do atual governo, que considera
"abominável".
Segundo Chastalo, Lula nunca demonstrou sentir-se culpado pelo que foi
revelado nas investigações da força-tarefa, sustentando que, na condição de
presidente, deixava órgãos de controle "trabalharem livremente", por
considerá-los "aliados do governo".
Lula considerava-se preso por conta de um
"fato indeterminado", segundo o agente. Dizia na cela que voltaria um
dia a ser presidente do país.
Autor: Thiago Herdy / Portal UOL
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