A quatro dias do segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou os questionamentos sobre a segurança do processo de votação, seja ao colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas, seja ao denunciar suposta irregularidade na propaganda eleitoral.
Mais uma contradição do presidente que em sabatina no último domingo disse desconhecer relatório das Forças Armadas a respeito do sistema (Foto: Reprodução/YouTube)
De
acordo com Bolsonaro, as Forças Armadas sustentam que "é
impossível dar um selo de credibilidade" ao sistema de
votação, devido às "muitas vulnerabilidades". As
declarações foram dadas em entrevista a Ben Shapiro, youtuber conservador
americano, e divulgada ontem pelo chefe do Executivo.
"Temos
uma eleição pela frente e o que nos traz certa confiança é que as Forças Armadas
foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral. E têm
feito um papel atuante e muito bom nesse sentido. Contudo, eles me dizem que é
impossível dar um selo de credibilidade, tendo em vista ainda as muitas
vulnerabilidades que o sistema apresenta", afirmou.
Os
militares, porém, nunca fizeram essa afirmação. Eles informaram, na semana
passada, que devem entregar, no começo de janeiro, a última etapa da
fiscalização realizada no sistema eleitoral. Em 26 anos de existência do
sistema de urnas eletrônicas nas eleições do país nunca houve comprovação de
fraude.
"Eu
questiono as eleições há muito tempo. O nosso sistema eleitoral não é o mesmo
em nenhum país do mundo que tenha uma economia razoável", prosseguiu Bolsonaro.
O presidente ainda citou o projeto derrotado de voto impresso. "Nós
lutamos há muito tempo por um modelo eleitoral transparente. Não tivemos força
para isso", acrescentou.
O
chefe do Executivo também criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apontando que os magistrados são
indicações políticas.
"E
o Tribunal Superior Eleitoral, aqui no Brasil, dos seus sete integrantes, três
são do Supremo Tribunal Federal, que são pessoas indicadas por partidos
políticos",
ressaltou.
Ele
destacou que, apesar de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido
solto, não foi absolvido. "A Lei da Ficha Limpa não alcança
quem está sendo julgado ou condenado em primeira instância. Assim sendo, Lula
da Silva conseguiu o direito de disputar as eleições. Obviamente, por um
casuísmo de um ministro do Supremo indicado pelo PT no passado",
frisou.
Segundo
Bolsonaro, "a reeleição dele (Lula) tem de ser evitada com as
armas da democracia". "É mais difícil você lutar com essas armas, mas
estamos jogando, como chamo aqui, dentro das quatro linhas da
Constituição", completou.
Em
sabatina no último dia 23, o presidente disse desconhecer relatório das Forças
Armadas a respeito do sistema, mas afirmou que a corporação continua "na
busca de possíveis fraudes". No entanto, em pronunciamento após
confirmação o primeiro turno, ao ser questionado sobre a confiança nos números
divulgados pelas urnas e pelo TSE, o presidente respondeu que ia esperar
relatório dos militares.
"Vou
aguardar o parecer das Forças Armadas que ficaram presentes lá na sala-cofre,
repito, elas foram convidadas a integrar a comissão de transparência eleitoral.
Então, fica a cargo do ministro da Defesa tratar desse assunto", disse, na ocasião.
Bolsonaro
fez campanha, ontem, no Nordeste. Durante ato em Guanambi (BA), pediu votos
para o candidato do União Brasil ao governo do estado, ACM Neto, que enfrentará
Jerônimo Rodrigues (PT).
"Aqui
na Bahia, nós temos posição. Onde está o PT, nós estamos do outro lado. Por isso,
peço aos meus amigos da Bahia, que, por ocasião das eleições, agora, dia 30,
votem para governador 44, ACM Neto", discursou. o ex-prefeito de Salvador,
porém, está neutro em relação à disputa presidencial.
Com
informações portal Correio Braziliense
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