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Izolda Cela comunica desfiliação do PDT.

A governadora Izolda Cela anunciou a desfiliação do PDT na tarde de ontem. Ela aponta o fato de haver duas candidaturas lançadas pelos partidos aliados, decisões que aponta como legítimas. "Diante desta nova realidade, e respeitando as decisões tomadas, anuncio o meu pedido de desfiliação do PDT", escreveu em postagem publicada nas redes sociais.

"Poderíamos já estar todos unidos contra o fascismo, a intolerância e o ódio. Defendi isso desde o início, juntamente com Cid, Camilo e tantos outros", sublinha a governadora, adicionando outro motivo que a faz deixar a sigla.

Izolda não faz menção a eventual nova filiação. Ao mudar de partido agora, ela não pode ser candidata nas próximas eleições. Para que pudesse concorrer, a filiação a um partido precisaria ter ocorrido até 2 de abril, seis meses antes do pleito.

"Sigo com determinação para cumprir esta honrosa tarefa no comando do Governo do Estado, pedindo sempre as bênçãos de Deus para fazer o melhor para os cearenses", encerrou a governadora.

Izolda demonstrou insatisfação com a escolha por Roberto Cláudio (PDT) desde que ela foi anunciada, no último dia 18, após votação do diretório estadual em que venceu por 55 a 29. Na ocasião, ao se manifestar nas redes sociais, não citou ou cumprimentou o ex-prefeito pela vitória. Destacou, em vez disso, ter tido um direito retirado pelo PDT.

Presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo afirma que as consequências da saída da governadora já eram dimensionadas na legenda. Um indicativo de que sairia, diz, foi a postura de Izolda após a "batalha" perdida contra RC.

"Nós tínhamos por parte da governadora a própria postura quando o diretório regional do PDT tomou a decisão por maioria expressiva de indicar o Roberto Cláudio, a governadora tomou uma decisão que respeitamos de não acompanhar mais os passos seguintes que foram dados pelo PDT", avalia Figueiredo, segundo quem "não podemos dizer que fomos tomados de surpresa". Ele ressaltou que a atual mandatária merece sempre respeito.

Para o dirigente pedetista, brigas em disputas a governos estaduais são comuns. Ele diz em entrevista ao O POVO que esta, apesar de ter ocorrido dentro do PDT e com os demais aliados, não será empecilho ao crescimento de Roberto Cláudio na corrida ao Abolição.

"Lógico que aqui a gente está falando de desavenças de ex-aliados de até pouco tempo, mas temos absoluta convicção de que fazer prosperar é mostrar, claramente, o projeto que nós temos para que o povo cearense faça a avaliação de qual é o melhor", afirmou o pedetista.

E segue: "Em vez de ficar fazendo futricas, nós vamos, sim, avançar rumo a um projeto que vem dando certo há 16 anos no Ceará e nós queremos que cada vez mais seja aprimorado."

Em 18 de julho, ao deixar a sede do PDT após resultado favorável a RC, Izolda foi perguntada por O POVO se via naquela decisão alguma influência direta ou indireta de machismo, ao que acenou positivamente com a cabeça. 

O deputado estadual petista Acrísio Sena, em nota, disse que o PT está de braços abertos para receber Izolda como nova filiada. O vereador Guilherme Sampaio, presidente municipal do PT, considerou "forte e importante" a saída de Izolda do PDT após ser preterida da disputa pelo Palácio da Abolição.

Na última semana, a governadora foi alvo de uma nota do vice-prefeito de Fortaleza Élcio Batista (PSB), na qual o político cobrava que ela ou apoiasse a candidatura de Roberto Cláudio ao Governo do Estado ou se desfiliasse do PDT.

O deputado federal Zé Airton (PT) disse que a atitude de Izolda é coerente e uma "derrota é anunciada" para o PDT nas eleições.

A governadora Izolda Cela não deve ingressar em qualquer legenda nos próximos meses, segundo fonte que acompanha de perto os trabalhos da gestora. De acordo com interlocutores, as chances de que ela se filie a outro partido são próximas de zero, sobretudo num ambiente inflamado como o de agora. O mais aprovável, apostam, é que a chefe do Executivo espere a poeira baixar antes de tomar qualquer decisão.

Izolda comunicou que está deixando o PDT pouco mais de uma semana depois de a sigla de Ciro Gomes escolher o ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato ao Governo.

Atual mandatária, Izolda postulava o direito de se candidatar à reeleição, já que estava no cargo e reunia grupo mais expressivo de aliados em torno do seu nome.

RC, por outro lado, era rejeitado por uma parcela significativa dos partidos que davam sustentação ao governo de Camilo Santana, que deixou o posto para concorrer ao Senado.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a governadora Izolda Cela (PDT) mostrou ser mais aliada do ex-governador Camilo Santana e do PT "do que uma pessoa que respeita as decisões democráticas do partido que a fez vice-governadora e por consequência disso governadora do Ceará".

"Ela mostrou ser mais aliada do Camilo e PT do que uma pessoa que respeita as decisões democráticas do partido que a fez vice-governadora e, por consequência disso, governadora do Ceará", escreveu Lupi ao O POVO.

Indagado sobre o caminho do PDT em 2022 diante de uma eleição estadual tensa e de um contexto interno de desgastes, o presidente do partido afirmou que este "ambiente não existe", e reforça que decisão foi tomada democraticamente. "Aqueles que não respeitam a democracia acabam tomando decisões solitárias e egoístas", avaliou Lupi. 

Com informações portal O Povo Online

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