Em palanque cheio de simbolismo político, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou neste sábado, 16, a Fortaleza para participar da Marcha para Jesus, evento organizado por lideranças evangélicas em diversos Estados. Em discurso no ato religioso, o presidente fez forte aceno com ares eleitorais ao deputado Capitão Wagner (UB), pré-candidato da oposição ao Governo do Ceará.
"Meu
amigo, com muita honra, Capitão Wagner. Se o Brasil tem problema, chama o
Capitão. Se o Ceará tem problemas, chama o Capitão. Esse Ceará, esse Nordeste,
é nosso", disse Bolsonaro, em um dos momentos mais aplaudidos pela
plateia. Na ocasião, ele citava parlamentares que estariam apoiando ações do
governo na Câmara dos Deputados e Senado.
O
presidente chegou ao evento, realizado no aterro da Praia de Iracema, rodeado
de líderes evangélicos, parlamentares bolsonaristas e uma série de integrantes
e ex-integrantes do seu governo. Antes, ele percorreu trecho entre o aeroporto
de Fortaleza e o ato em motociata com apoiadores. De lá, Bolsonaro já embarcou
de volta para Brasília.
No
ato, chamou a atenção a grande quantidade de pré-candidatos nas eleições deste
ano chamados ao palanque com o presidente. Além de Wagner, receberam destaque a
ex-secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro (PL), e o coronel Aginaldo
(PL), comandante da Força Nacional, ambos pré-candidatos a vagas na Câmara dos
Deputados.
Outros
políticos incluem os deputados federais Dr. Jaziel (PL), Nelinho (PL), além dos
deputados estaduais André Fernandes (PL), Delegado Cavalcante (PL) e Dra.
Silvana (PL). Os vereadores Carmelo Neto (PL) e Priscila Costa (PL) também
foram citados pelo presidente. Todos eles devem disputar novos mandatos na disputa
eleitoral deste ano.
Fora
as menções a Wagner, o discurso de Bolsonaro foi muito parecido ao que tinha
sido feito pelo presidente horas antes em Natal, durante passagem pelo Rio
Grande do Norte. Em ambas as capitais nordestinas, Bolsonaro disse "cair de
joelhos" todos os dias em orações para que o povo brasileiro "não
conheça as dores do comunismo".
"Alguém
duvida que o povo cubano queira liberdade? Que o povo venezuelano queira
democracia? Que o povo norte-coreano queira encontrar Deus? Mas nós somos escravos
das nossas escolhas. Quando vemos na América do Sul para onde alguns países
estão indo, devemos nos preocupar em não seguir neste caminho", disse,
citando países que recentemente tiveram vitórias eleitorais da esquerda, como
Chile, Argentina e Peru.
Falando
da importância da relação com Deus, Bolsonaro também falou sobre recente viagem
que fez a Juiz de Fora (MG), onde foi vítima de atentado a facada em 2018.
"Passei pela Santa Casa. Lembranças de 6 de setembro de 2018. Os médicos
são unânimes: a cada cem pessoas que passam pelo o que eu passei, uma
sobrevive. Isso não é sorte, isso é o amor de Deus", diz.
"Esse
mandato é de deus. Nada justifica minha sobrevivência se não fosse a mão de
deus", continua.
Um
dos momentos de maior comoção entre a plateia veio quando o presidente citou o
Supremo Tribunal Federal (STF), provocando uma série de vaias. "Os
problemas que herdei não nasceram de uma hora para outra. Hoje vocês sabem o
que é a Câmara, o que é o Senado, o que é o Executivo, o que é o Supremo
Tribunal Federal", disse. Logo após as vaias, Bolsonaro comentou:
"Essa é a voz do povo. E a voz do povo é a voz de Deus".
A
concentração do evento começou por volta de meio dia na região do Dragão do
Mar. De lá, uma série de fiéis saíram em marcha até o aterro da Praia de
Iracema. Lá, eles encontraram motociata de Bolsonaro que vinha do aeroporto.
Depois da fala do presidente, a maior parte da multidão se dispersou.
Com
informações portal O Povo Online
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