O consenso para a definição do nome da base governista na disputa pelo Abolição, nas eleições deste ano, cedeu espaço para disputas internas e declarações que podem resultar no rompimento da aliança entre PT e PDT. Membros do PT já se manifestaram favoráveis a uma candidatura própria, caso o PDT mantenha a preferência pelo nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. José Guimarães, José Airton, Elmano Freitas e Fernando Santana são quatro alternativas do PT para entrar na disputa pelo Abolição.
Por
outro lado, o nome do senador Cid Gomes é a alternativa para que não haja
rompimento entre os dois partidos da base governista. A crise entre as siglas
se acentua, já que a preferência de lideranças do PDT por Roberto Cláudio, em
detrimento de Izolda Cela, incomoda o PT, pois havia um acordo entre Ciro,
Camilo e o senador Cid Gomes para a indicação consensual da governadora. O
acordo, no entanto, foi desfeito por Ciro, com a chancela do presidente Carlos
Lupi, que esteve em Fortaleza na semana passada e lançou mais ‘lenha na
fogueira’, ao manifestar apoio a Roberto Cláudio.
Em caso de rompimento, Fernando Santana cresce
como opção do PT rumo ao Governo do Estado. Seria uma candidatura fortalecida
no Cariri, com peso eleitoral em todo o Estado. Desvencilhando-se das disputas
internas e públicas entre os dois partidos, Camilo Santana voltou a defender o
diálogo e a manutenção da aliança. “O
projeto
que está em curso no Ceará está acima de qualquer projeto pessoal, individual,
de qualquer um. O projeto precisa corrigir alguns pontos, melhorar onde precisa
ser melhorado, mas nunca andar para trás. Continuo defendendo a importância de
que precisamos ter muita responsabilidade, muita serenidade para que possamos
manter esse arco de aliança pelo bem do Ceará e da população cearense”,
concluiu Camilo.
Em
visita a Tauá, para receber título de cidadão, o ex-governador foi questionado
se havia mais ‘incendiários ou bombeiros’ na crise entre PT e PDT. “Meu estilo
sempre foi de diálogo. De construção. Acho que isso é importante e não tenho
dúvida de que a serenidade e a responsabilidade vão manter essa aliança unida
pelo bem do Ceará”, respondeu.
INCÔMODO.
O
apoio público de Ciro e Carlos Lupi a Roberto Cláudio incomodou o presidente da
Assembleia legislativa do Ceará, Evandro Leitão. “Não entrarei nesse jogo de
desagregação que querem plantar no PDT do Ceará. Nosso projeto aqui não permite
isso”, disse Evandro sobre a fala de Lupi, que rebateu: “Independente de ser o
presidente nacional do PDT, vivemos em uma democracia e tenho direito de
manifestar minha opinião”. Na quinta-feira (16), o PDT organizou um evento para
demonstrar a união entre a cúpula da sigla. O encontro, no entanto, mostrou
sinais de divergências entre as lideranças.
Enquanto
a aliança é feita de impasses e disputas, se afunila o prazo para que os
partidos políticos indiquem seus candidatos à disputa pelo Governo do Ceará. No
dia 20 de julho, terá início o período para a realização de convenções
partidárias, com duração de 16 dias. A data final para os registros de
candidaturas se encerra em 15 de agosto e a campanha já pode começar no dia
seguinte. Até lá, portanto, PT e PDT precisam resolver as pendências, de modo a
definir se continuam marchando juntos ou se a aliança será rompida.
Jornal do Cariri
0 Comentários