Idosos e imunossuprimidos devem manter o uso de máscara como proteção contra a covid-19, mesmo em cidades onde não há mais obrigatoriedade. O alerta é do professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), Bergmann Morais Ribeiro.
“Na minha opinião, ainda não é o momento de liberar o uso de máscaras em
ambientes fechados. Como o número de transmissões e mortes está diminuindo ao
longo do tempo, a liberação em espaços abertos é algo natural. Mas, ainda não é
o momento para espaços fechados. A variante Ômicron é muito transmissível e há
pessoas imunossuprimidas ou idosos que, se pegarem o vírus, mesmo vacinados,
correm o risco de ser hospitalizados e ter a doença de forma grave”, disse.
Para o professor, a liberação em espaços fechado deveria estar vinculada à
queda do número de mortes por covid-19.
Segundo Ribeiro, locais com aglomerações ainda deveriam manter a
obrigatoriedade do uso de máscara, como transporte público, comércios, teatro,
cinema, feiras e shopping.
A obrigatoriedade do uso também deveria ser mantida para estudantes e
professores em escolas. Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de
que os brasileiros completem o ciclo vacinal contra a covid-19.
“A pandemia ainda não acabou. Existem outras variantes que surgiram,
como a Ômicron, que aumentou o número de infecções na Grã Bretanha, em Hong
Kong e na própria China. Se não tomarmos cuidado, pode aparecer nova onda”,
lembrou.
Fiocruz
Para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a flexibilização de medidas
protetivas contra a doença, como o uso de máscaras em locais fechados de forma
irrestrita, é prematuro. De acordo com o boletim do Observatório Covid-19
divulgado pela instituição, as próximas semanas serão fundamentais para
entender a dinâmica de transmissão da doença. Ainda não é possível avaliar o
efeito das festas e viagens no período do carnaval.
O boletim cita estudo recente que sugere que o uso de máscaras deve ser
mantido por duas a dez semanas após a meta de cobertura vacinal ser atingida,
entre 70% e 90%. Com o surgimento da variante Ômicron e sua maior capacidade de
escape dos anticorpos, o boletim diz que as máscaras ficaram ainda mais
importantes.
Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil / Fonte: Agência Brasil
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