Desde a identificação da variante Ômicron do coronavírus, o mundo está em alerta para o desenvolvimento da infecção e a consequente pressão nos serviços de saúde causada pela nova demanda. As primeiras informações não foram encorajadoras: a cepa se mostrou muito mais transmissível do que suas antecessoras, sendo responsável por mais uma onda de casos em vários países, e capaz de escapar parcialmente das vacinas.
Pesquisas indicam que onda de infecções de Covid-19 causada pela Ômicron parece ter menos hospitalizações e óbitos.
A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados | Getti Imagens. |
Porém, um mês depois do alerta feito à OMS
sobre a variante, estudos indicam que a nova onda de infecções de Covid-19
causada pela Ômicron parece ser menos grave do que as anteriores. Dados
iniciais de uma pesquisa da Universidade de Edimburgo, na Escócia, sugerem
que a Ômicron está associada a uma redução de dois terços no risco de
hospitalização por Covid-19, quando comparada com a variante Delta.
Embora ofereça maior proteção contra outras
variantes, a dose de reforço da vacina é considerada substancial para
diminuir o risco de Covid-19 sintomática em infecções causadas pela
Ômicron. Até o momento, o imunizante parece proteger contra hospitalizações e
casos graves com duas doses, mas precisa da terceira para evitar que o paciente
tenha sintomas.
Segundo o estudo escocês, publicado na última
quarta-feira (22/12), somente 15 pacientes foram hospitalizados com a nova
variante no país. Caso a Ômicron funcionasse da mesma forma que
a Delta, o número de internações seria três vezes maior, representando 47
ocorrências. O trabalho ainda é preliminar e precisa passar pela revisão dos
pares. A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e
recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às
vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais
rápido. Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de
garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns
dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectada. Em relação à
virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser
menos severa que a Delta, por exemplo.
O surgimento da variante também é uma
incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para
o desenvolvimento do vírus .A primeira é que a variante tenha começado o
desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora
acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível. A segunda é
que surgimento da Ômicron pode estar ligado a HIV não tratado. A terceira, e
menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido
nele e voltado a contaminar um humano.
De qualquer forma, o sequenciamento genético
mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais
comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou
Delta. Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para
conter o avanço da nova variante. De acordo com documento da OMS, a Ômicron
está em circulação em 110 países.
Na África do Sul, ela vem se disseminando de
maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa.
Na última semana, a África do Sul também informou que já registra queda
nos casos de Ômicron. O país foi o primeiro a identificar a nova cepa, e dobrou
a quantidade de testes feitos para acompanhar o desenvolvimento da variante
mas, mesmo assim, os diagnósticos caíram nos últimos dias.
( Com informações
Metrópoles )
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