No dia em que entidades de servidores organizam um protesto para pedir reajuste de até 28,15% ao governo Jair Bolsonaro (PL), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que não há espaço no Orçamento para contemplar a demanda das categorias.
O vice-presidente falou não há espaço no orçamento para contemplar a demanda das categorias.
Vice-presidente Hamilton Mourão. | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
O vice também não descartou que o governo
recue do compromisso de fazer uma correção salarial apenas para policiais, como
prometeu Bolsonaro.
"Você sabe muito bem que não tem espaço
no Orçamento para isso", disse Mourão, ao chegar no gabinete da
vice-presidência nesta terça-feira (18).
Questionado se o reajuste seria então apenas
para categorias específicas, como profissionais de segurança e agentes de
saúde, o vice declarou que Bolsonaro ainda não tomou uma decisão sobre o tema.
"Não sei nem se o presidente vai
conceder isso aí. Não sei, vamos aguardar. O presidente não bateu o martelo
nisso aí ainda. O espaço orçamentário é muito pequeno".
Bolsonaro deve decidir sobre o tema na
análise de possíveis vetos ao Orçamento de 2022.
O movimento das entidades do funcionalismo
público por reajuste ganhou força após o presidente prometer verba apenas para
policiais.
O porcentual reivindicado de 28,15% é buscado
por representantes da elite do funcionalismo, e não é consenso entre as demais
categorias.
A cada ponto percentual de aumento, de acordo
com estimativa da equipe do ministro Paulo Guedes (Economia), o custo aos
cofres públicos de uma atualização é de R$ 3 bilhões. O montante reivindicado,
se hipoteticamente fosse obtido, seria de R$ 84,45 bilhões. O Orçamento de 2022
prevê apenas R$ 1,7 bilhão.
Após a mobilização desta terça, que tem
caráter de alerta e é considerada determinante para avaliar a resposta do
governo e os próximos passos que podem incluir uma greve, as entidades vão esperar
uma sinalização do Executivo. Caso nada mude até o começo de fevereiro, o
movimento deve se intensificar.
Nesta terça, as entidades dizem esperar boa
adesão aos atos, mas afirmam que o movimento pode ser limitado por fatores como
o crescimento dos casos de Covid-19, em razão da ômicron, e o período de
férias.
Os grupos já falam até em novas mobilizações
para o dia 2 de fevereiro –quando recomeçam os trabalhos no Congresso Nacional
e no STF (Supremo Tribunal Federal).
FOLHAPRESS
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