Um dia após se envolver em um bate-boca público nas redes sociais com a ex-presidente Dilma Rousseff, por causa da afirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria conspirado pelo impeachment de sua sucessora, o pré-candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, se manteve no embate, desta vez com o líder petista.
Nas redes sociais, Lula e Ciro trocam críticas e antecipam embate de 2022 - (Foto: Reprodução/Twitter)
Lula
reagiu às afirmações do ex-ministro de seu governo sugerindo que ele estaria
com "sequelas" da Covid no cérebro. Ciro rebateu afirmando que
"trágico mesmo seria ter uma sequela moral, como a do notório Lula".
Em
entrevista à rádio Grande FM, de Dourados (MS), Lula disse ontem que Ciro foi
"banal e grosseiro" nas críticas a Dilma. "O que ele fez ontem
(anteontem) foi tão banal, tão grosseiro, que, às vezes, eu fico pensando
quando Jesus Cristo, na cruz, dizia: 'Pai, perdoai os ignorantes, eles não
sabem o que fazem'. Eu às vezes fico pensando nessa frase", disse o
petista.
"Não
sei se Ciro teve Covid ou não, mas me disseram que quem tem Covid tem problemas
de sequelas, alguns têm problema no cérebro. Não é possível que um homem que
pleiteia a Presidência da República possa falar as baixarias que ele
falou."
Em
nota, Ciro afirmou que teve Covid em outubro do ano passado e não ficou com
sequelas. Disse que o petista, "com este comentário infame, acaba de
agredir milhões de mortos e sobreviventes da Covid".
Após
a entrevista de Lula, Ciro publicou um vídeo no Twitter no qual refaz os
ataques. Ele acusou o PT de tentar esconder "o pior de sua história"
e chamou o petista de "falso titã". Disse que "a corrupção do
governo Lula e a incompetência do governo Dilma" foram os principais
responsáveis pelo surgimento do bolsonarismo, e criticou o que chamou de
"egocentrismo político" do ex-presidente.
"Duas
pragas (corrupção e incompetência) que o PT semeou porque repetiu o mesmo
modelo econômico, o mesmo tipo de governança, a mesma cumplicidade com os
corruptos profissionais, o mesmo recrutamento de técnicos incompetentes e pouco
criativos de governos anteriores. A mesma coisa, aliás, que está fazendo a cria
nojenta e involuntária deles, esta praga chamada bolsonarismo."
No
vídeo, Ciro reafirmou que Lula teria atuado pela queda de Dilma. "Repito:
Lula, sim, foi o maior fator de desestabilização do mandato de Dilma. Ele fez
isso de forma às vezes consciente e de forma às vezes inconsciente. Fez isso
tanto no passado remoto como nos momentos finais de agonia dela",
completou.
Na
véspera, em reação às acusações do pedetista, Dilma disse que ele "mente
de maneira descarada" para ganhar popularidade, e lamentou ter "em
algum momento, dado a Ciro Gomes a minha amizade".
Desde
o início da pré-campanha, Ciro tem adotado a estratégia de dirigir ataques à
candidatura de Lula, que lidera as pesquisas de intenção de votos, numa
tentativa de atrair o eleitorado antipetista. Na última manifestação em prol do
impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido), que tinha o objetivo de reunir
lideranças de esquerda, Ciro foi vaiado e alvo de uma tentativa de agressão por
parte de manifestantes.
Após
o incidente, Ciro sugeriu uma "trégua de Natal" com o PT para temas
relativos ao impeachment de Bolsonaro. Mas a "trégua" proposta não
durou uma semana.
Com
informações portal O Povo Online
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