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Entidades vão à ONU contra Bolsonaro por expor criança ao fazer apologia às armas.


A representação contou com o apoio de mais de 80 organizações que defendem que as vítimas "são todas as crianças que tiveram suas imagens associadas ao uso de armas de fogo e a política de armamento pelo presidente Bolsonaro".

Pediatras criticam Bolsonaro por foto com criança e réplica de fuzil(foto: Reprodução/Redes Sociais)

OMNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) enviou uma notícia ao Comitê dos Direitos da Criança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por "ações públicas que desrespeitam os direitos das crianças ao associá-las ao uso de arma de fogo". A representação contou com o apoio de mais de 80 organizações.

A denúncia envolve uma situação protagonizada pelo presidente e uma criança na última quarta-feira, 30. Durante evento na Cidade Administrativa de Minas Gerais, Bolsonaro fez gesto a apoiadores com uma arma de brinquedo. O mandatário pegou o objeto das mãos de um garoto vestido de policial que esteve ao seu lado durante a cerimônia. A ação foi em aceno à Polícia Militar, a quem prestou reverência durante discurso com o objeto em mãos.

"Estou com quase 70 anos. Quando era moleque, brincava com arma, flecha, estilingue. Assim foi criada minha geração. E crescemos homens fortes, sadios e respeitadores. Meu cumprimento aos pais desse garoto, por tê-lo emprestado para dar um exemplo de civilidade, patriotismo e respeito. Obrigado, Polícia Militar de Minas Gerais", afirmou na ocasião.

No documento direcionado à presidente do comitê, Mikiko Otani, as entidades dizem que as vítimas "são todas as crianças que tiveram suas imagens associadas ao uso de armas de fogo e a política de armamento pelo presidente Bolsonaro".

As entidades pedem uma nota pública do comitê da ONU "instando o Estado brasileiro a respeitar as normas da Convenção dos Direitos da Criança da ONU, especialmente quanto as violações aos direitos humanos das crianças quanto à sua dignidade e imagem nas situações apresentadas em que o presidente Bolsonaro associa a imagem das mesmas ao uso de armas de fogo e a política de armamento no Brasil".

Na última sexta-feira, 1°, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu nota criticando duramente a postura do presidente. No documento intitulado "Arma não é brinquedo", a instituição ressalta a importância do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que garante a preservação da imagem e dos valores dos menores.

"Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes", diz o texto. "Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira."

O Povo


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