O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt, pediram demissão de seus cargos no Ministério da Economia.
Deixaram
ainda o governo a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora
Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
A
equipe pediu demissão em peso após a proposta do governo de furar o teto de
gastos para viabilizar o Auxílio Brasil, programa anunciado pelo governo
Bolsonaro para substituir o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial.
A
debandada acontece num contexto de fragilização de Guedes, em que o ministro
foi flagrado na lista dos Pandora Papers como proprietário de uma conta secreta
em paraíso fiscal e está prestes a ser chamado para depor na Câmara, onde sua
convocação já foi aprovada.
‘Licença
para gastar’
Nesta
quarta-feira (20), Guedes pediu “licença para gastar” temporária quando falou
do Auxílio Brasil. Em nome de viabilizar o pagamento do benefício, propôs ou
rever a regra do teto ou criar uma exceção para o caso específico.
"Estamos
passando de 14 milhões para 17 milhões de famílias e ao mesmo tempo indo para
R$ 400. Nenhuma família vai receber menos que os R$ 400", afirmou Guedes
durante evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras
Imobiliárias (Abrainc). "É um enorme esforço fiscal, e o que nós temos
discutido aqui é como é que nós podemos fazer isso dentro de toda a estrutura fiscal
que nós temos hoje", destacou.
Segundo
Guedes, existem duas alternativas para realizar o pagamento do novo benefício:
a reversão do teto de gastos, acabando com o descasamento existente entre as
correções do teto e das despesas obrigatórias; e a criação de exceção para
pagar o auxílio.
"Estávamos
estudando se faríamos uma sincronização de despesas, que são salários que
seguem um índice e o teto de gastos que segue outro índice, estávamos estudando
se faríamos uma sincronização dessas despesas, isso seria umaantecipação da
revisão do teto de gastos, que está par 2026, ou se ao contrário, mantém, mas
por outro lado pede um 'waiver', uma licença para gastar com essa camada
temporária de proteção", disse Guedes cinicamente.
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