Na esteira dos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocorridos em diversas cidades do País, manifestantes reuniram-se ontem (24/07) na Praça Portugal, no bairro Aldeota, em Fortaleza, para cobrar o impeachment do atual mandatário e maior agilidade na vacinação contra a Covid-19. Além de representantes de movimentos sociais, políticos cearenses de partidos de oposição ao presidente como PDT, PT e Psol aderiram ao ato.
A
vereadora de Fortaleza, Adriana Gerônimo, do mandato coletivo "Nossa
Cara" (PSOL) defendeu a presença contínua dos manifestantes na Praça
Portugal, local conhecido como reduto da direita na Capital. "Estamos
aqui, no lugar onde a elite se reúne, para dizer que nós, povo da periferia e
mulheres negras queremos o Fora Bolsonaro; que pauta a vida dos ricos e não dos
pobres. Estamos numa luta unificada em defesa da vida", relata.
Sobre
a viabilidade do processo de impeachment de Bolsonaro, que depende de análise
do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado político de
Bolsonaro, a vereadora destaca que é preciso seguir cobrando. "Por mais
que no Congresso as coisas sejam contra nós, a luta na rua precisa ser
cotidiana", defende.
O
deputado federal Idilvan Alencar (PDT), que caminhava na Avenida da Abolição
com manifestantes, defendeu a participação de políticos nos atos. "Como
deputado federal, como pessoas públicas e defensores da democracia, temos que
participar", afirmou, acrescentando que a população "está cansada de
um presidente sem projeto para o País".
Na
avaliação de Alencar, é difícil que o presidente sofra impeachment com a atual
configuração do Congresso. "Ele tem uma margem forte se aliando ao Centrão
e usando emendas parlamentares para se fortalecer, mas o povo está indo às ruas
e isso é importante. É um governo que se desgasta a cada dia. Eu tenho vergonha
da disposição do Congresso".
No
ato, foi possível identificar ainda bandeiras do Brasil, de movimentos como a
Frente Brasil Popular e de agremiações políticas como o Partido dos
Trabalhadores (PT) e outras legendas mais à esquerda como PSOL, PSTU e PCB.
Presente no protesto, a artesã e escritora indígena Telma Tremembé considerou
que o presidente não tem mais condições de continuar no cargo.
"Muitos
que já votaram nele estão arrependidos, ao longo do mandato ele já mostrou quem
é realmente. Nós vamos continuar pressionando, se não for nessa marcha, o
impeachment vai sair nas próximas", enfatizou.
Já
a médica hepatologista Elodie Hippolyto, integrante do Coletivo Rebento,
considerou que além de um possível afastamento, o presidente deve ser punido
pelas mortes causadas em decorrência da pandemia. "Nós sabemos que dois
terços dessas pessoas que morreram (quase 550 mil) estariam vivas se a gente
tivesse seguido minimamente o que a Ciência recomenda", explica a
especialista.
Apesar
da maioria dos presentes fazer uso da máscara e outros equipamentos de
proteção, foram formados pontos de aglomeração, sem a prática do distanciamento
social, como preconizado por autoridades sanitárias para evitar a propagação do
coronavírus. Mesmo com índices em queda, o Ceará ainda registra situação
preocupante em relação à pandemia, com 56% dos leitos de UTI ocupados até o
último sábado, de acordo com o IntegraSUS.
Com
informações portal O Povo Online
0 Comentários