A permanência de Jair Bolsonaro na presidência do Brasil pode estar com os dias contados. Após as denúncias de superfaturamento da vacina Covaxin, além da cobrança de propina por vacina, a situação do presidente está cada vez mais crítica.
Após denúncia de propina em compra de vacinas, cerca de 120 pedidos foram reunidos em um só, apontando mais de 20 tipos de acusações.
Reprodução/Agência Brasil |
A oposição e movimentos sociais protocolaram nesta quarta-feira (30) o
superpedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido),
mas sem apoio político para que o processo prospere na Câmara dos Deputados.
Cerca de 120 pedidos foram reunidos em um só, apontando mais de 20 tipos
de acusações.
A denúncia do empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que afirmou ter
recebido pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o
Ministério da Saúde, foi incluída como um pedido de investigação, mas não ainda
como um suposto crime do presidente.
Na terça-feira (29), a presidente nacional do PT, deputada Gleisi
Hoffmann (PR), indicou que o superpedido poderá futuramente ser ampliado para
incluir a denúncia envolvendo a negociação de propina revelada pelo jornal
Folha de S.Paulo. "Podemos adendar a peça", disse.
O superpedido de impeachment é resultado de uma articulação de partidos
de oposição a Bolsonaro e ex-aliados do presidente. Esse grupo reúne cerca de
140 deputados. Para eventual impeachment passar pela Câmara, são necessários
342 votos dos 513 deputados.
Assinam o superpedido centrais sindicais, movimentos sociais, deputados
da oposição e de centro-direita, associação de juristas e personalidades, entre
outros.
No texto, os autores da ação lembram que, até esta quarta, já foram
protocolados 122 denúncias de prática de crimes de responsabilidade junto à
Câmara dos Deputados -seis delas foram arquivadas.
Apesar do ciclo de desgaste político do presidente e da baixa tração nas
pesquisas eleitorais de 2022, o centrão permanece disposto a barrar a
iniciativa de opositores ao governo. A fissura nessa aliança traz mais riscos
para Bolsonaro no projeto de ser reeleito.
O centrão é um consórcio de partidos que se juntou a Bolsonaro quando o
Palácio do Planalto passou a liberar cargos de indicação política e pagamento
de verbas das emendas ao Orçamento.
Por ora, está mantida a blindagem para que o atual mandato seja
concluído. Além disso, com o desgaste provocado pelas denúncias envolvendo a
negociação da Covaxin, a avaliação é que esse grupo ganhou ainda mais poder de
barganha junto ao Executivo.
O presidente da Câmara dos Deputados é o responsável por analisar
pedidos de impeachment do presidente da República e encaminhá-los.
Se o pedido for aceito, a denúncia é encaminhada a uma comissão especial
e depois ao plenário da Casa. São necessários os votos de pelo menos 342 dos
513 deputados para o processo seguir para o Senado.
A próxima etapa seria uma votação para o Senado confirmar ou não a
abertura da investigação. Se o processo for aberto na Casa, o presidente da
República é afastado até a conclusão do julgamento e é substituído pelo vice.
FOLHAPRESS
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