Depois de o Brasil ignorar uma série de ofertas da Pfizer no ano passado, a farmacêutica norte-americana fez um alerta ao governo brasileiro em abril para dar início “no mais curto prazo possível” a negociações para a aquisição de novas doses da vacina contra a Covid-19 para 2022 e 2023.
A sugestão foi feita pelo vice-presidente para política global
da Pfizer, Jon Selib, à cônsul-geral do Brasil em Nova York, Maria
Nazareth Farani Azevêdo. O alerta surtiu efeito. Dias depois do encontro, o
governo fechou novo contrato com a empresa para comprar mais 100 milhões de
doses do imunizante.
A cônsul-geral diz na mensagem ter salientado a Selib que “devem ser
crescentes as consultas a governos e a farmacêuticas”, pelo governo brasileiro,
“para mapear as vacinas disponíveis e a buscar os remédios necessários ao
tratamento de pacientes em estado mais grave”.
“Ao reconhecer que o Brasil é mercado e parceiro importante para sua
empresa, Jon Selib assegurou que sua empresa está aberta a dialogar com o país.
Disse que manteria canal aberto com o consulado para futuras conversas.
Agradeceu a iniciativa do encontro e convidou o governo brasileiro a iniciar no
mais curto prazo possível conversas sobre vacinas para 2022 e 2023. Mas, não
deixo de dizer que ficaria atento a eventuais oportunidades ainda no ano em
curso”, escreveu Azevêdo ao chefe do Itamaraty.
Ainda de acordo com o relato da cônsul-geral ao Brasil, o executivo da
Pfizer disse que a farmacêutica “quer ajudar o país e os brasileiros neste
momento desafiador” e que empresa deve produzir 3 bilhões de vacina contra a
Covid-19 em 2021 e 4 bilhões de doses em 2022.
Segundo o relato, Selib também lamentou o fato de a Pfizer ter
procurado o Brasil em meados de 2020 e não ter conseguido firmar acordo
naquele momento. “Fez críticas a ofertas irrealizáveis de empresas que
prometiam licenciamento e transferência de tecnologia mas que não têm
experiência no desenvolvimento de vacinas”, escreveu a cônsul-geral.
Foto: Ricardo Moraes/Reuters (4.mai.2021)
Fonte: CNN Brasil
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