A captura do "serial killer", Lázaro Barbosa, estava sendo esperada por todo país. Na manhã desta segunda-feira (28), o medo causado pelo criminoso nos moradores de Goiás chegou ao fim. O criminoso estava sendo procurado há 20 dias. Ele morreu durante a operação policial.
O presidente em uma rede social usou a expressão que um apresentador de TV bolsonarista adota para comemorar a morte de criminosos.
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Valter Campanato/Agência Brasil |
O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para comentar a morte
de Lázaro. "LÁZARO: CPF CANCELADO!", escreveu o presidente em uma
rede social, utilizando a expressão que um apresentador de TV bolsonarista
adota para comemorar a morte de criminosos.
Em outra postagem, o presidente parabenizou os policiais de Goiás.
"Parabéns aos heróis da PM-GO por darem fim ao terror praticado
pelo marginal Lázaro, que humilhou e assassinou homens e mulheres a sangue
frio. O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem. Suas
vítimas, sim, não tiveram uma segunda chance. Bom dia a todos!", escreveu
o mandatário.
De acordo com as forças de segurança de Goiás, Lázaro entrou em
confronto com policiais na cidade de Águas Lindas de Goiás (GO), no entorno de
Brasília.
A captura ocorreu após a prisão do dono e de um funcionário de uma
fazenda, ambos acusados de ajudar o foragido a se esconder. Espingardas foram
apreendidas no local. Em uma das ocasiões em que Barbosa foi visto, afirmaram
os policiais, ele carregava uma delas.
Outros bolsonaristas foram às redes sociais se manifestar sobre a morte
de Lázaro.
"Missão cumprida!!! Parabéns aos meus irmãos policiais, a caveira
sorriu!!!", diz post do assessor especial da Presidência Max Guilherme,
ex-policial militar. "Acabou... parabéns irmãos de farda, PEGARAM O
VAGABUNDO!!!! TMJ CAVEIRA", escreveu na legenda.
"Rumo ao inferno. Parabéns aos policiais que promoveram o encontro
tão esperado do serial killer Lázaro Barbosa com satanás", escreveu o
deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que, assim como o pai, usou a expressão
"CPF cancelado".
Desde o crime cometido no início deste mês em Ceilândia, cidade do
Distrito Federal, Lázaro vinha fugindo ao cerco policial se escondendo em
chácaras e mata do cerrado. A polícia informou que ele caminhava dentro dos
rios, para dificultar a ação dos cães farejadores.
Durante a fuga, segundo a polícia, Barbosa cometeu uma série de novos
crimes -baleou moradores de uma chácara, fez de reféns em outra, roubou carros
e armas. Trocou tiros com um funcionário de uma fazenda e também com policiais.
Uma megaoperação foi montada com o objetivo de capturá-lo, incluindo
polícias estaduais de Goiás e do DF, e as polícias Federal e Rodoviária
Federal. Foram mobilizados mais de 270 agentes de segurança.
Barreiras foram montadas nas rodovias que levam a Cocalzinho, onde os
policiais revistavam o interior de veículos e porta-malas, na suspeita de que o
fugitivo pudesse ter coagido motoristas a transportá-lo.
As buscas também eram feitas por helicópteros e também por drones, com
sensores que detectavam movimentos. No fim de semana, a Secretaria de Segurança
Pública de Goiás havia divulgado nota na qual afirmava que haviam sido
incorporados à força-tarefa dois cachorros do Corpo de Bombeiros - que passaram
a totalizar cinco, sendo que uma delas atuou nas buscas do desastre de Brumadinho.
A equipe de inteligência da PRF também foi incorporada à força-tarefa
durante o fim de semana.
Durante esse período, as buscas alteraram a rotina da região,
predominantemente rural. Muitos moradores fecharam suas propriedades e seguiram
para outras localidades, com medo.
No dia 9 de junho, uma quarta-feira, Barbosa invadiu uma chácara em
Ceilândia (DF), possivelmente para roubar, segundo apontam as investigações, e
matou um casal e dois filhos.
Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo
Vidal, 15, foram assassinados no local. Os corpos estavam sob folhas para que
não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.
Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado
três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia,
a vítima foi executada com tiro na nuca.
Desde então, relatos apontam que ele invadiu outras propriedades no DF e
em Goiás, trocou tiros com um funcionário de uma fazenda, roubou armas e
veículos e obrigou um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.
Além do quádruplo latrocínio (matar para roubar) em Ceilândia, é
atribuída a ele uma tentativa do mesmo tipo penal em 2020, ao invadir uma
chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado.
Barbosa é natural de Barra do Mendes, município a pouco mais de 500 km
de Salvador. Foi lá que registrou sua primeira passagem pela polícia -um duplo
homicídio. Capturado, escapou dez dias depois.
Ele responde também por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal
de arma de fogo, acusação que o levou à cadeia em 2013 no DF. Após três anos,
progrediu para o regime semiaberto e fugiu da cadeia. De acordo com informação
da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, ele não retornou ao sistema
após uma saída temporária.
Em 2018, Barbosa foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar
novamente. Desde então, vinha sendo procurado pela polícia. "Estamos
lidando com um psicopata", disse o secretário de Segurança Publica de
Goiás, Rodney Miranda, antes da captura. "Uma pessoa que, se puder, vai
fazer refém; se puder, vai matar."
FOLHAPRESS
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