Em meio à falta
de chuvas, custo extra com usinas termelétricas é repassado aos consumidores
finais por meio da mudança da bandeira tarifária .Energia elétrica -Foto: Huber & Starke / Getty Images
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta
sexta-feira (28) que vai acionar a bandeira vermelha 2, que encarece a conta de
luz de junho, em meio a uma seca histórica na região das hidrelétricas. A
bandeira tarifária de maio é a vermelha 1.
A bandeira vermelha 2 é a mais cara das tarifas
extras, e representa uma cobrança adicional de R$ 6,24 para cada 100 kWh
consumidos.
A mudança vem num momento em que os principais
reservatórios de água no país estão num nível crítico, devido à falta de
chuvas. Esse cenário faz com que o governo tenha que recorrer a usinas
térmicas, que têm um custo maior de geração. O custo extra é repassado aos
consumidores finais por meio da mudança da bandeira tarifária.
O Ministério de Minas e Energia disse nesta sexta que ainda não planeja acionar as térmicas do
programa emergencial, que seriam usadas para poupar a água acumulada nos
reservatórios. A pasta disse, porém, que tem buscado ampliar a oferta de
energia no Brasil.
A manifestação do Ministério, que admite que a
situação é "desafiadora", vem um dia depois de o Sistema Nacional de
Meteorologia (SNM) emitir o primeiro Alerta de Emergência Hídrica para
o período de junho a setembro, na região da Bacia do Paraná, que abrange os
estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
A informação foi repassada pelo Ministério da
Agricultura em nota conjunta com institutos que integram o sistema. Segundo o
comunicado, durante esse período, a região deverá ter o menor volume de chuvas
(estação seca).
Vilã da
inflação
A energia elétrica tem sido um dos vilões dos
preços neste ano. Na prévia do IPCA, índice que mede a inflação
oficial no país, que saiu nesta semana, esse item contribuiu com o maior
impacto individual no resultado.
A prévia da inflação subiu 0,44% em maio, acima da
taxa de 0,6% registrada em abril. Esse é o maior resultado para um mês de maio
desde 2016, quando o índice foi de 0,86%. A alta da energia elétrica dentro do
grupo habitação foi de 2,31%.
A contribuição refletiu a bandeira tarifária
vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100
quilowatts-hora consumidos, depois de quatro meses seguidos da bandeira amarela
em vigor. Agora, com a bandeira vermelha 2, esse peso deve vir maior nos
próximos meses.
cnnbrasil
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