Os estudantes matriculados na rede pública estadual do Ceará passarão por uma “avaliação diagnóstica” no primeiro semestre letivo de 2021. O processo vai identificar se os alunos devem passar também pela Recuperação de Aprendizagem, proposta já aplicada pela Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) antes da pandemia, e que será adaptada para a realidade do ensino híbrido.
O secretário-executivo de Ensino Médio e da Educação Profissional do
estado, Rogers Mendes, afirma que o objetivo é trabalhar de forma paralela os
conteúdos que não foram possíveis de serem desenvolvidos plenamente em 2020, ou
que não tiveram condição de gerar o aprendizado esperado.
“Nós terminamos 2020 sabendo que o ensino remoto não ia dar conta de
todas as necessidades de aprendizagem dos estudantes. Então há um consenso no
mundo, como um todo, de que a gente precisa, no ano seguinte, sempre que
possível, reforçar aquelas aprendizagens básicas que são essenciais para o
prosseguimento dos estudos”, descreve.
A Recuperação de Aprendizagem foi citada em Portaria publicada no Diário
Oficial do Estado, na segunda-feira (11). O texto estabelece normas para a lotação
provisória de professores nos estabelecimentos de ensino público estaduais.
O secretário-executivo afirma que a pasta está “se organizando” para dar
conta não necessariamente de todas as matérias da série anterior, mas dos
conteúdos considerados como base, essenciais para que a aprendizagem do ano em
curso possa acontecer de forma efetiva.
Para definir quais serão essas matérias, é necessária uma avaliação
prévia. “Nós estamos preparando o que chamamos de ‘avaliação diagnóstica’ das
aprendizagens. Isso já é uma prática na rede estadual do Ceará. Quando o aluno
entra, a escola já aplica algumas avaliações pra identificar as aprendizagens
que não foram plenamente desenvolvidas durante toda a história do aluno. A
partir dessa avaliação diagnóstica, a gente direciona atividades específicas
para os estudantes”, explica Rogers Mendes.
Divisão por séries
Mendes acrescenta que os alunos da rede estadual estarão matriculados em
suas respectivas séries, convencionalmente, e após a avaliação, serão
identificados grupos de acordo com a habilidade – ou conteúdo – que precisa ser
recuperada. Essa divisão em grupos, contudo, não necessariamente considera a
série dos estudantes.
“A gente sempre trabalha também com atividades complementares na
perspectiva de que, por exemplo, se a habilidade em questão for de leitura, os
estudantes não precisam ser da mesma série. Eles podem ser agrupados para
desenvolverem essas atividades específicas”, diz.
Para essa recuperação, a divisão de carga horária ficará a cargo da
administração de cada escola. “Não há um padrão estabelecido pela Secretaria,
fica a cargo de cada escola verificar as condições de aprendizagem e acesso ao
ensino remoto, para que possa oferecer a melhor estrutura possível”, reforça o
secretário-executivo.
Lotação
Rogers Mendes esclarece que o modelo de lotação de professores vigente
desde 2020 não foi alterado. O que houve, a partir da portaria publicada nesta
segunda-feira (11), foi uma realocação da carga horária que antes era destinada
para aulas exclusivamente presenciais – como em laboratórios de informática,
ciências e centro de multimídias.
Com o ensino remoto e híbrido, essa carga horária de suporte foi
colocada a serviço do apoio aos estudantes. “No ensino híbrido, uma parte vai
estar presencialmente e outra parte vai estar remota, então é importante que
haja uma equipe dedicada a elaboração de material, correção de avaliações,
gravação de aulas”, detalha.
Foto: Divulgação/Seed
Fonte: Portal G1 CE
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