O Ceará ultrapassou neste fim de semana a marca trágica de 4 mil assassinatos em 2020. O número já representa um aumento da ordem de 66,9 por cento se comparado aos 12 meses de 2019, faltando, ainda, 10 dias para o fim de ano.
Os Crimes Violentos,
Letais e Intencionais (CVLIs) neste ano em todo o estado do Ceará tiveram como
principais fatores dois grandes acontecimentos: o primeiro, a matança
registrada no mês de fevereiro, com a deflagração da greve dos policiais
militares. No período em que os PMs permaneceram de braços cruzados, mais de
400 pessoas foram mortas no estado, números que refletiram dentro da
estatística geral dos CVLIs em 2020.
O segundo fator veio com
a eclosão da pandemia do novo Covid-19 no estado e o isolamento social
como medida para reduzir os impactos do contágio coletivo. Mesmo com as ruas
vazias, os criminosos não pararam de matar na guerra estabelecida entre as
facções.
Durante o período entre
março (início da pandemia) e agosto (com a retomada das atividades da economia)
o Ceará registrou, nada menos, que 2.078 assassinatos em cinco meses,
representando quase a metade do total de assassinatos no ano.
De acordo com os
registros da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, em 11 meses deste
ano o estado apresentou um total de 3.864 assassinatos, sendo 3.720 CVLIs, 143
mortes por intervenção policial e um homicídio em unidade do Sistema
Penitenciário. Em 2019, a totalização chegou a 2.396 (com 2.257 CVLIs,
136 mortes por intervenção da Polícia e três óbitos por homicídios no Sistema
Penal).
A
guerra e seus mortos
Os dois fatores citados
(greve e pandemia) se juntaram à guerrilha urbana travada diariamente na Grande
Fortaleza na guerra das facções, gerando um desafio grande para as autoridades
da Segurança Pública para 2021. Com centenas de vidas perdidas neste ano, o
Ceará ainda registrou duas chacinas.
A primeira, ocorrida no
dia 18 de outubro, deixou cinco mortos em Quiterianópolis (a 397Km de
Fortaleza). E a segunda, na madrugada de 26 de novembro, quando sete pessoas
foram executadas sumariamente (entre elas, um menino de apenas 6 anos de
idade), na zona rural do Município de Ibaretama (a 130Km da Capital).
Por :
Fernando Ribeiro, CN7
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