A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (3) a Medida Provisória 996, que criou o programa habitacional Casa Verde e Amarela.
Lançado em agosto, o novo programa é uma reformulação do Minha
Casa Minha Vida, com foco na regularização fundiária e na redução da taxa de
juros, para aumentar o acesso dos cidadãos ao financiamento da casa própria. A
matéria segue para análise do Senado.
O relator da proposta, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), modificou
o texto apresentado pelo governo em agosto para, entre outros pontos,
especificar quais financiamentos serão incluídos no Cadastro Nacional de
Mutuários e objeto de restrições a subsídios. Segundo o parlamentar, 500
emendas foram propostas para tentar modificar trechos do texto.
Além disso, incluiu medidas de transparência sobre a execução física e
orçamentária do programa. Em outro trecho, o deputado acrescentou a necessidade
de incorporação de novidades tecnológicas nos empreendimentos.
Regularização fundiária
A meta do programa é atender 1,6 milhão de famílias de baixa renda com o
financiamento habitacional até 2024, um incremento de 350 mil residências em
relação ao que se conseguiria atender com os parâmetros atuais. Isso é possível
em função de negociações com o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS), que subsidia o programa, e com a Caixa Econômica Federal,
que é o agente financeiro.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, as Regiões Norte
e Nordeste serão contempladas com a redução nas taxas em até 0,5 ponto
percentual para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais e 0,25 ponto para
quem ganha entre R$ 2 mil e R$ 2,6 mil. Nessas localidades, os juros poderão
chegar a 4,25% ao ano e, nas demais regiões, a 4,5% ao ano.
Novos grupos
O conceito de faixas de renda do Minha Casa Minha Vida foi alterado para
grupos no Casa Verde e Amarela. São eles: Grupo 1, famílias com renda de
até R$ 2 mil; Grupo 2, famílias com renda entre R$ 2 e R$ 4 mil; e Grupo 3,
famílias com renda entre R$ 4 mil e R$ 7 mil.
De acordo com cada grupo, há subsídios e programas diferentes que serão
oferecidos aos cidadãos. As diferenças deverão ser especificadas em
regulamentação do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Oposição
Por mais de seis horas, deputados de oposição obstruíram a votação e
tentaram adiar a análise do texto. Para o deputado Paulão (PT-AL), a proposta é
um “cheque em branco”, porque não define critérios como o teto de pagamento.
“[A MP] estabelece um processo de acabar com o Programa Minha Casa Minha
Vida, o Cartão Reforma e não estabelece o teto para a população mais carente, o
que é bem definido no Programa Minha Casa Minha Vida hoje. É muito grave não se
estabelecer o teto a ser pago pela pessoa que irá financiar. Portanto, pedimos
prudência para que esse projeto possa ser melhor discutido”, argumentou o
deputado.
Foto: © Agência Brasil/Tomaz Silva
Fonte: Agência Brasil
0 Comentários