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Debate entre Boulos e Covas tem discussão sobre Covid-19, Haddad e vice do tucano

O primeiro debate na TV aberta, realizado pela Band nesta quinta-feira (19), entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), foi marcado por discussão sobre o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o vice do tucano, Ricardo Nunes (MDB), e o combate ao coronavírus.

O debate foi marcado por discussão sobre o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o vice do tucano, Ricardo Nunes (MDB), e o combate ao coronavírus.

Reprodução/TV Bandeirantes

O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) focou na questão da mudança de governo, mencionando que quase 70% votaram contra a continuidade de Covas no domingo (15) e citando uma "onda de esperança".

Covas repetiu chavões, dizendo que "não estamos aqui para vender ilusões" e chamou Boulos mais de uma vez de "engenheiro de obra pronta".

Ambos ressaltaram a palavra experiência em suas falas, em discurso que eles vêm repetindo. Covas ressaltou seus cargos na gestão pública, como secretário e deputado. Já Boulos afirmou que 20 anos de militância no movimento de moradia lhe dão sensibilidade social.

O líder do MTST deu ênfase ao tema da pandemia. Afirmou que houve politização da vacina pelo governador João Doria (PSDB), aliado de Covas, e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Disse ainda considerar estranho que o próximo anúncio sobre medidas como fechamento de comércio ou flexibilização aconteça um dia depois do fim das eleições.

Ambos afirmaram que as decisões sobre a pandemia da Covid-19 devem seguir técnicos e especialistas. Mas Boulos criticou Covas por não ter feito testagens em massa que possibilitassem, agora, o retorno das aulas.

"A cidade tem quase 8.000 agentes de saúde, que poderiam ter sido usado para fazer a testagem", disse Boulos, citando resultados melhores em outros países. "São Paulo não fez a lição de casa".

Covas rebateu afirmando que não havia testes disponíveis no mercado para atender toda a população, mas que todos que buscaram atendimento em hospitais foram tratados.

O prefeito também afirmou que notícias de um lockdown após as eleições são falsas e que, hoje, não nenhuma estatística da doença na cidade aponta para a necessidade de fechamento do comércio, apesar do aumento nas internações.

Covas questionou Boulos sobre pretender acabar com as creches conveniadas. O candidato do PSOL afirmou que manterá contratos, mas combaterá desvios e aproveitou a deixa para levantar o assunto das ligações de Ricardo Nunes com entidades que gerem creches conveniadas.

"O Bruno bota a mão no fogo [pelo vice], mas você não precisa botar junto", disse Boulos, lendo informações reveladas pela Folha sobre o vereador, que mostram a ligação de Nunes com donos de empresas que alugam imóveis para creches.

"Meu vice Ricardo Nunes não apenas não tem um processo no judiciário, como não há nenhum indício que haja casos de corrupção", disse Covas. O prefeito lembrou a experiência de Nunes na CPI que investigou sonegação fiscal de bancos, afirmando que ele enfrentou os bancos e conseguiu reaver R$ 1,2 bilhão para o caixa da prefeitura.

Em relação ao Orçamento da cidade, enquanto o líder de movimento de moradia voltou a citar R$ 19 bilhões em caixa, Covas repetiu que recebeu a cidade com um rombo de R$ 7,5 bilhões –a gestão anterior, no entanto, deixou mais de R$ 5 bilhões em caixa.

A gestão de Fernando Haddad (PT) foi, aliás, outro ponto de discussão. Haddad e o PT hoje apoiam a candidatura de Boulos, depois que Jilmar Tatto (PT) não chegou ao segundo turno.

O candidato do PSOL citou o fato de que Covas não herdou rombo algum. A deixa foi o suficiente para que Covas passasse a associar Boulos a Haddad. Questionou o psolista sobre por que o PT acabou com o programa Mãe Paulistana e afirmou que Boulos poderia "retroceder para o jeito de governar do PT", que criou 40 estatais no governo federal, segundo o tucano.

O prefeito criticou ainda a falta de menções à Operação Delegada, bico oficial da Polícia Militar, no programa de Boulos. Segundo Covas, a única menção à corporação é para chamá-la de genocida.

"O que eu critico não são os policiais, é a política do PSDB", rebateu Boulos, citando casos de violência policial e afirmando que o PSDB orienta a polícia para o exttermínio. O candidato do PSOL aproveitou ainda para dizer que valoriza todos os servidores, que o PSDB trata servidores como inimigos e prometer novos concursos públicos.

Covas reagiu ao uso da palavra extermínio: "É importante manter o nível do debate. Espero que esse tipo de crítica não seja levado aqui porque não condiz com meu histórico de respeito aos direitos humanos".

Covas ainda fez uma provocação indireta a Boulos, afirmando que a polícia ajuda a coibir invasões em áreas de mananciais. O MTST tem áreas de ocupações em locais de preservação ambiental.

Antes do debate, Covas tentou descolar sua imagem de Bolsonaro, associação que tem sido feita por seus adversários.

"O presidente Jair Bolsonaro que trate do Rio de Janeiro, não tem nada que se envolver aqui em São Paulo, não tem nenhum candidato aqui que seja alinhado ideologicamente a ele", afirmou.

Boulos, na sequência, reagiu afirmando que a ligação fica clara após Covas ter recebido apoio no segundo turno de Celso Russomanno (Republicanos), candidato do presidente e que foi derrotado no primeiro turno.

"Acho que o Bruno Covas se envergonha soa apoios que tem. Passou o primeiro turno escondendo o Doria e agora quer esconder o Bolsonaro", afirmou.

Covas, porém, citou os apoios dos partidos que recebeu, como PSD e Republicanos, e ressaltou o apoio do PSL, ex-partido do presidente, ao dizer que também é apoiado "por pessoas inclusive que se decepcionaram com ele", referindo-se a candidata derrotada Joice Hasselmann (PSL).

Covas lembrou que "ninguém é dono de voto na cidade, o dono do voto é o eleitor" e que a campanha continua firme até o fim da eleição.

Ainda nessa seara, Boulos afirmou esperar anunciar nesta sexta-feira (20) o apoio do PSB, do candidato derrotado Márcio França. Haverá um evento para anunciar a frente de partidos de esquerda que apoiam o líder do MTST.

Cada candidato a prefeito de São Paulo interpretou de uma maneira a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (19), que mostrou que Bruno Covas tem 58% de intenção de votos válidos e Boulos tem 42%.

Covas comemorou a diferença de 16 pontos percentuais entre os dois. Já Boulos disse estar "bem contente" com o resultado "sem ter começado a campanha de TV, antes do primeiro debate na TV aberta. "Demonstra que a virada está acontecendo", afirmou.

FOLHAPRESS


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