Com enorme potencial eólico em terra (onshore) e no mar (offshore) e geração superior ao consumo interno, o Ceará tem plenas possibilidades de se tornar um exportador de energia, sobretudo com o aumento da participação das fontes renováveis na matriz do Estado. A avaliação é de Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Fiec, que enfatizou as oportunidades cearenses neste setor, ontem, no segundo dia do Proenergia, realizado pelo Sindienergia-CE, em parceria com a Fiec e o Sebrae. O evento, que neste ano ocorre de forma híbrida (online e presencial), conta com apoio institucional do Sistema Verdes Mares.
"O Ceará é superavitário de energia. No ano passado, o Estado gerou
22% a mais do que a energia consumida, o que deverá aumentar nos próximos
anos", destaca Rolim.
Ele frisou também o fato de que 97% dos municípios cearenses já contam
com sistemas fotovoltaicos para geração distribuída. "O empresariado
cearense está muito à frente no segmento de geração distribuída",
ressaltou.
Ambiente de negócios
Participando de forma remota do evento, o ministro de Minas e Energia,
Bento Albuquerque, enalteceu os múltiplos esforços no Ceará para promover um
ambiente de negócios sólido para a cadeia de energias renováveis.
Rodrigo Limp, secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e
Energia (MME), destacou medidas em âmbito federal para ampliar a cobertura da
rede de energia do País. "Buscamos ampliar a oferta de energia ao mercado.
Para que isso aconteça, é necessário identificar os reais custos relacionados
do Sistema Interligado Nacional (SIN), preservando a viabilidade dessa
expansão, fornecendo ao setor elétrico uma maior abrangência sem comprometer a
qualidade, unindo sustentabilidade e segurança", disse.
Hidrogênio verde
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior,
palestrante do evento, disse ter recebido, ontem, a proposta de uma empresa
australiana para a construção de uma usina de hidrogênio verde no Ceará. Ele
reiterou que, até o fim do ano, o Governo do Estado deverá assinar o protocolo
de intenções para a instalação do equipamento, o qual usará energias
renováveis, conforme o Diário do Nordeste já havia informado.
"A empresa australiana está vindo para o Ceará. Recebi hoje o
e-mail da empresa para assinar o protocolo de intenção, até o fim do ano, para
produzir hidrogênio líquido", disse o secretário. O combustível é
considerado uma das principais alternativas às fontes de energia fósseis. A
expectativa é que o empreendimento conte com o financiamento de fundos europeus.
Alguns especialistas projetam que, nos próximos 20 anos, o combustível
gere uma revolução no setor energético semelhante à que aconteceu com o
petróleo. "Teremos um Ceará antes e depois da produção do hidrogênio
verde. Nunca tivemos reservas substantivas de combustível fóssil. Mas as
reservas de vento podem fazer do Ceará um dos maiores produtores do Brasil ou
da América do Sul de hidrogênio verde", vaticinou.
Fonte: Diário
do Nordeste
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