Após o Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) confirmar focos de Peste Suína Clássica (PSC) no município de Parnaíba, no Piauí, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) iniciou, na última semana, o monitoramento de criadores nas cidades cearenses de Chaval e Granja, vizinhas ao território piauiense. Técnicos estão visitando as propriedades e o trabalho deve ser ampliado para outras localidades.
A PSC é causada por um vírus, cuja transmissão
ocorre por animais infectados e objetos/fômites contaminados. A doença de
notificação obrigatória apresenta sintomas febre, manchas avermelhadas na pele
e corrimento ocular, além de como alta mortalidade, principalmente em leitões.
A infecção não apresenta risco de saúde para humanos.
Por meio de nota técnica, o MAPA confirmou o
foco no último dia 2 de outubro em Parnaíba, que fica a 75 e 145 quilômetros de
Chaval e Granja, respectivamente. Os animais doentes apresentaram sinais
clínicos compatíveis com PSC e o diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório
Federal de Defesa Agropecuária em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, por meio de
técnicas moleculares (RT-PCR em Tempo Real).
O diretor de Sanidade Animal da Adagri, Amorim
Sobreira, explica que o monitoramento foi iniciado na última sexta-feira (16)
com investigação em algumas propriedades que realizam compra e venda de
animais, mas, felizmente, nenhum foco foi encontrado até agora. “No final de
semana, toda região ficou em alerta. O monitoramento será ampliado desde Chaval
até Tianguá”, antecipa.
O perigo se dá porque o PSC é uma doença de
“contaminação muito rápida e mortalidade alta”, classifica Amorim. “Se eu tiver
animais que estão doentes, mas não estou notando, o vírus já está aí. Essas
medidas sanitárias contra a Covid-19 são bem similares quanto a manter a
higiene no local”, orienta.
Por isso, é importante que os criadores, que
estão em contato com o animal diariamente, saibam reconhecer quando eles
apresentam alguma mudança de comportamento. A partir da detecção, é necessário
comunicar a qualquer unidade da Adagri. “Se (o produtor) não o fizer, terá um
prejuízo grande e poderá contaminar outros rebanhos e pode ser responsabilidade
civil e criminalmente, quando não toma essa responsabilidade”, detalha Amorim.
Notificação
Em caso de suspeita o produtor deve entrar em
contato com a Diretoria de Sanidade Animal na Adagri, que enviará uma equipe de
veterinários para avaliar se tem sintomas de PSC. Se for preciso, serão
coletadas amostras de sangue e feito uma biópsia. Sendo descartada, a
propriedade é liberada. Se for confirmada, é feita a interdição e a vigilância
de todas as propriedades vizinhas. “Isso para que a doença não entre no Estado.
Ela entrado, faz o bloqueio para não espalhar”, detalha Amorim.
Telefone: 08002800410;
Whatsapp (85 98878.798)
E-mail disan@adagro.ce.gov.br.
Indenização
Uma vez que a doença for diagnosticada
oficialmente, todos os animais daquela propriedade serão eutanasiados — quando
a vida do animal é interrompida de forma indolor e assistida por um médico
veterinário. O produtor que estiver regularizado junto a Adagri será indenizado
através de um fundo. O valor fica em torno de R$ 4 a R$ 5 por quilo de peso
vivo.
Entre 2018 e 2019 houve um surto de PSC na
região Norte do Estado, tendo sido registrados 49 focos da doença. Todos foram
eliminados. Na época, morreram 3,5 mil animais e os criadores foram
indenizados. Os municípios mais afetados foram Sobral, Forquilha, Groaíras,
Cariré e Coreaú. “Por isso, é importante que todos os criadores de suínos
estejam cadastrados para fazer jus a essa indenização”, ressalta o diretor da
Adagri.
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