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Com poucos turistas, Praia do Futuro tem fluxo abaixo do esperado no primeiro fim de semana de reabertura

Neste domingo, 19, a movimentação de pessoas na Praia do Futuro, em Fortaleza, têm sido tranquila, no primeiro fim de semana desde a reabertura das barracas de praia. Conforme O POVO apurou no local, apesar do fluxo maior de pessoas, o cenário na Praia do Futuro segue diferente de períodos anteriores à pandemia devido ao baixo fluxo de turistas. As barracas e food trucks montados ainda estão em quantidade reduzida, o que impacta na ocupação de pessoas no local.

Primeiro domingo desde que as barracas de praia foram permitidas a reabrir tem movimentação tranquila na Praia do Futuro (Foto: Thaís Mesquita/O POVO)

Até as 10 horas deste domingo, o acesso à praia pela Cidade 2000 apresentava baixo fluxo de carros. No entorno da orla, no entanto, havia muitas pessoas e os estacionamentos tinham poucas vagas para ocupar. Entretanto, a movimentação está distante do esperado pelos permissionários antes da pandemia. À época, eram 700 mesas que atendiam a uma média de 3 mil pessoas, relata o supervisor de atendimento da Barraca Croco Beach, Clériston Coelho.

Conforme o protocolo orientado em decreto estadual e municipal, o fluxo de pessoas esperadas é de 30% do normal. "Com o distanciamento de quatro metros [entre as barracas], a expectativa é que todas as mesas montadas fiquem lotadas. Todas estão seguindo o protocolo. Reduzimos a quantidade de mesas para 350 a 400 mesas", destaca Clériston. Por volta de meio-dia, os lugares dispostos na faixa de areia estavam todos ocupados. Por outro lado, os espaços reservados do estabelecimento ainda tinham vagas. 

Ele acrescenta que, mesmo que o governo libere 100% das barracas e mesas, o fluxo de pessoas deve permanecer distante do observado antes da pandemia, porque depende muito do público turista para se restabelecer. O POVO também circulou pelo entorno do Parque do Cocó, e percebeu movimentação razoável de pessoas. Algumas praticavam exercícios próximas ao equipamento público, que permanece fechado. 

Sem turistas, praias são ocupadas por fortalezenses

Para Thiago Quenel, gerente da barraca Santa Praia, as mudanças decorrentes do protocolo de reabertura, somadas ao receio de frequentar locais públicos, têm afastado a população das praias de Fortaleza. Segundo ele, o movimento é baixo para o período de julho. "Por mais que a gente tenha diminuído em 50% a quantidade de mesas, ainda têm muita mesa vazia. É mais o povo fortalezense do que os turistas em si que têm vindo para a praia", detalha.

Thiago acrescenta que, por volta das 10 horas, todas as mesas já deveriam estar ocupadas, sobretudo no mês de julho, quando uma parcela da população está em período de férias. Apesar das barracas seguirem o protocolo de distanciamento social, o receio de contaminação ainda impacta na quantidade de pessoas que frequentam o espaço.

"O distanciamento está sendo obedecido, ainda assim o povo está com receio de procurar locais públicos”, conta Thiago. Ele esclarece que, devido a redução do número de pessoas permitidas em cada mesa, os clientes acabam sendo afastados da praia. Pelo decreto, a ocupação deve ser de, no máximo, quatro pessoas. "Se fizer oito ou dez pessoas, já não vão ficar na mesma mesa, e o cliente não quer ficar separado", acrescenta o gerente.

Com a redução no fluxo de pessoas, e sobretudo de turistas, as barracas do Chico do Caranguejo também foram afetadas. Segundo a sócia-proprietária do estabelecimento, Sergiane Silva, 90% dos clientes atendidos são de pessoas que moram fora da Capital. "[O movimento] está, sim, abaixo da média, mas é normal. A gente percebe que [o público de] Fortaleza está vindo apreciar mais o que não conhecia, nas nossas barracas da praia do futuro", comenta.

Apesar da quantidade reduzida de clientes, Sergiane está otimista nessa fase de reabertura e espera alcançar o fluxo máximo de ocupação permitido nas barracas ao longo do deste domingo. "Já tem algumas pessoas aguardando, porque eles querem a praia, o sol. De antemão, tem esse espaço livre", aponta para uma área com mais de 30 meses vazias. Conforme Sergiane, a preocupação nesse momento é com os cuidados voltados para os clientes e funcionários que trabalham no empreendimento, que segue com 50% do total de mesas dispostas, conforme orientado.

A permissionária Renata Silva, também está com dificuldades devido ao baixo movimento. Ela tem um estande de venda de biquínis e acessórios para banho, e conta que o espaço tem sido menos frequentado durante a reabertura. "Eu vim fazer minha primeira venda agora. A gente vê que só está o povo da nossa localidade, não tem turista", conta a vendedora. Segundo Renata, o movimento está mais reduzido, "mas a gente vai sobrevivendo", diz. Próximo ao meio-dia, ela tinha efetuado apenas uma venda.

Percepção do público

Entre o público que frequentou a Praia do Futuro nesta manhã, estava a administradora Silviene Marinho. Ela aproveitou o domingo para caminhar pela praia enquanto o marido e o filho jogavam tênis no local. "Eu acho que as pessoas estão cuidadosas, mas tem um clima bom de descontração. Elas estão bem dispostas a se divertir, foi muito tempo dentro de casa", comenta.

A administradora concorda que o movimento na praia está tranquilo, conforme relatado por funcionários e permissionários que trabalham no local. Entretanto, ela acredita que a tendência é que o público acompanhe o "novo normal". "A quantidade de gente é muito pequena. A gente sempre vem para as barracas, e tinha dias que não tinha nem mesa para sentar. O movimento vai melhorar, mas não tende a ser o que era antes", sustenta.

Já o italiano Antonio Simoni, que mora na região da Praia do Futuro, conta que nunca viu tanta gente na praia, durante o período de pandemia, como no último sábado, 18. "O clima está muito bom. Fiz a caminhada da barraca Vila Galé até a Caça e Pesca, encontrei muitas famílias e pessoas brincando", relata Antonio, que mora em Fortaleza desde 2014. Ele acrescenta que não percebeu mudanças no comportamento das pessoas. Mas reconhece que o movimento na Crocobeach, onde desfrutava o domingo, está menor em relação ao período anterior à pandemia. 

Com informações de Ítalo Cosme


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