Centro de Fortaleza com lojas fechadas durante à pandemia de coronavírus (Foto: Aurélio Alves) |
Com lojas fechadas há
mais de 70 dias por conta da suspensão da atividade econômica não essencial no
Ceará, o setor do comércio de bens e serviços começa a reabrir suas portas
nesta segunda-feira, 1º de junho, na fase de transição do plano de retomada
gradual estabelecido pelo Governo do Estado. Neste primeiro momento, que terá a
duração de sete dias, será permitido o funcionamento de lojas de material de
construção, óticas e salões de cabeleireiro, manicure e barbearia. Ansiosos
pelo retorno, representantes dos segmentos garantem que seguirão novos
protocolos para garantir a segurança de clientes e colaboradores.
No caso dos chamados "salões de beleza",
por exemplo, os estabelecimentos atuarão com apenas 30% da capacidade, com
revezamento de funcionários, e devem realizar o atendimento apenas com hora
agendada, para evitar que as pessoas fiquem esperando, segundo explica
o presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros e de
Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Fortaleza (Sindibel),
Naugusto Freire. "A orientação é não deixar os clientes aguardando. Ele
deve chegar e ser imediatamente atendido", destaca.
Além disso, Naugusto
ressalta que os estabelecimentos devem respeitar uma distância mínima de dois
metros, de um atendimento para outro, e disponibilizar álcool em gel para
clientes e funcionários. "O uso de máscara é obrigatório por parte dos
colaboradores, além de óculos ou protetor facial, tendo em vista que há uma
proximidade de respiração na hora do serviço. Também orientamos que, se
possível, os salões abram portas e janelas para o ar circular e que deem
preferência ao cartão na hora de receber pagamentos", diz.
O presidente do Sindibel
também afirma que está cobrando um cuidado especial com a higiene pessoal dos
funcionários, que devem utilizar, no serviço, uma roupa diferente da utilizada
no trajeto para a empresa. "Se houver a possibilidade, seria ideal até que
o colaborador tomasse banho antes de iniciar o serviço", pontua. Conforme
diz, todos esses cuidados são fundamentais para garantir a continuidade da
abertura das lojas. "Não é uma questão de fazer por medo de fiscalização,
mas para garantir a vida das pessoas e do seu negócio. Se o cliente chegar no
salão e não se sentir seguro, ele com certeza vai embora e não volta mais".
Presidente do Sindicato
do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves também
reforça que os segmentos liberados a abrir suas lojas "não podem
errar", pois a continuidade do plano de retomada do Governo está
diretamente ligada aos resultados da fase de transição. "Todos precisam
ser bons exemplos para as próximas etapas de reabertura", pontua. Segundo
ele, os estabelecimentos autorizados a reabrir devem disponibilizar álcool em
gel e máscaras para funcionários e consumidores. "Vamos colocar fitas
sinalizadoras para que clientes entrem e saiam pela mesma porta. Além disso,
devemos implementar o mesmo protocolo dos supermercados, de limitar o acesso a
apenas uma pessoa por família", revela.
Ainda de acordo com Cid
Alves, que também preside o Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de
Construção (Sindmac-CE), o setor está "preparado para atender" e não
deve ter dificuldades no que diz respeito ao estoque. "Praticamente não
tivemos vendas em abril e maio, pois o delivery deste segmento não tem muita
força, portanto a questão do estoque não será problema. Eventualmente, pode
faltar um produto ou outro por conta da suspensão da indústria, mas com o tempo
a situação vai normalizar", comenta.
Conforme o planejamento
do Governo, as lojas de material de construção também só poderão atuar com 30%
do quadro de funcionários em um primeiro momento. Segundo Cid Alves, a
expectativa é de que a decisão seja revista, pois a limitação traria problemas
ao setor. "Trabalhamos com materiais pesados. Por exemplo, 200 metros de
cerâmica, que não é muita coisa, já pesa 3 mil quilos. Assim, teremos que
designar muitos funcionários para a entrega desses produtos e, com apenas 30%
do quadro, sobrará pouca gente para fazer o atendimento", pontua.
Com informações portal O Povo Online
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