O policial militar aposentado
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente
Jair Bolsonaro, foi
preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo.
Queiroz estava em um imóvel do advogado
Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente
Bolsonaro. Wassef é figura constante no Palácio da Alvorada, residência oficial
da Presidência, e em eventos no Palácio do Planalto.
Tanto Wassef como a família Bolsonaro
afirmavam que não tinham contato com Queiroz desde que o caso veio à tona, no
final de 2018.
Em recente entrevista ao jornal Folha de
S.Paulo, no início de maio, questionado se havia se reunido com advogados de
Queiroz ou com alguém ligado a ele, Wassef respondeu que não.
Em seguida, indagado se Flávio havia rompido
com Queiroz, advogado disse: "Nunca mais. Desde o fim de 2018, nunca mais
ninguém da família Bolsonaro teve qualquer contato o senhor Queiroz."
Em outubro do ano passado, após áudios
obtidos pela reportagem terem mostrado que Queiroz sonhava ser reintegrado ao
grupo político do presidente Jair Bolsonaro, Flávio disse que não tinha mais
contato com o policial militar aposentado.
"Não o vejo há muito tempo, não falo com
ele há muitos anos. Qualquer contato meu com ele pode ser entendido pela
Justiça como uma tentativa de obstruir alguma coisa. Então tenho de tomar
cuidado triplicado para evitar que algum mal-entendido aconteça", disse o
senador em entrevista à revista Época.
Em viagem à China, na mesma época, Bolsonaro
reiterou que não tinha contato com Queiroz. O presidente disse que "não
estava sabendo" do áudio. "Eu não sei dessa informação. Por favor, o
Queiroz cuida da vida dele, eu da minha", disse.
Ao questionar jornalistas sobre quando o
material veio à tona, respondeu: "Não sei, desconheço. Não falo com o
Queiroz desde quando aconteceu esse problema", afirmou.
Na ocasião, o advogado Frederick Wassef
afirmou, em nota, "não ser possível dizer, pelo áudio, de que é Fabrício
quem fala", e reafirmou que o senador e o ex-assessor não mantêm contato
desde o ano passado.
Já o advogado Paulo Klein, que defendia
Queiroz, afirmou também que seu cliente não temia a investigação do Ministério
Público. O defensor disse ainda que a gravação corroborava a versão de sua
defesa, de que Queiroz permanecia distante da família Bolsonaro desde que o
caso se tornou público.
Desde que o caso foi revelado, Queiroz teve
raras aparições públicas. De acordo com sua defesa, ele estava em São Paulo
desde dezembro de 2018 para o tratamento de um câncer.
Jair e Flávio Bolsonaro afirmam que não
conversam com Queiroz desde que a atípica movimentação financeira do
ex-assessor veio à tona, no fim de 2018.
A investigação começou na Operação Furna da
Onça, da Lava Jato do Rio, que abordava o pagamento de propina a deputados
estaduais pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Relatório do Coaf, órgão de inteligência
financeira, feito no âmbito dessa investigação mencionava movimentações
financeiras atípicas dos assessores dos deputados estaduais, incluindo Fabrício
Queiroz, ex-PM que até 2018 foi funcionário comissionado de Flávio Bolsonaro na
Assembleia Legislativa do Rio.
Em janeiro de 2018, o MP-RJ recebeu dados
dessa operação e abriu investigações. Flávio foi deputado estadual de 2003 a
2019.
FOLHAPRESS
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