Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro desrespeitou as orientações do Ministério da Saúde e foi ao encontro de apoiadores ontem (24/05) em um ato em frente ao Palácio do Planalto. Com a direito a chegada de helicóptero e caminhada pela via em frente à Praça dos Três Poderes, Bolsonaro ficou meia hora no local e por seis vezes percorreu a grade de segurança para cumprimentar os manifestantes.
Bolsonaro cumprimenta apoiadores em frente ao Palácio Planalto (Foto: Evaristo Sá).
O chefe do Executivo optou por ir voando
da residência oficial até o Palácio do Planalto, um trajeto que de carro dura
cerca de cinco minutos. Antes de pousar em uma aérea próxima a
vice-presidência, o presidente sobrevoou três vezes a área onde os
manifestantes estavam. Imagens aéreas publicadas nas redes sociais do próprio
presidente mostram um público reduzido.
Acompanhado
do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto
Heleno, e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), Bolsonaro foi andando até a grade
que cercava os manifestantes. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e os
deputados Carlos Jordy (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF)
também acompanharam a aparição no ato.
Acenando e
sem máscara de proteção, que agora é de uso obrigatório em Brasília, Bolsonaro
deu seis voltas em frente à grade onde os apoiadores estavam. Cercado por
seguranças, parou para cumprimentar as pessoas e tirar fotos. Chegou ainda a
pegar uma criança no colo.
Os apoiadores
seguravam cartazes com frases como "Supremo é o Povo" e "o Poder
emana do povo" e "o povo é Bolsonaro". De forma isolada, alguns
manifestantes exibiram cartazes contra o Supremo Tribunal Federal e a imprensa.
"Abaixo a ditadura do STF", dizia um dos cartazes. Em outro, frase
classificava a imprensa como "inimiga". A presença de frases de tom
antidemocrático contraria orientação da semana passada, em que em outro ato
Bolsonaro fez chegar a lideranças do protesto pedido para não exibir faixas
contra o STF e o Congresso.
Manifestantes
puxaram coros de apoio e foram acompanhados por Bolsonaro quando cantaram
"Eu sou brasileiro com muito orgulho". Uma caixa de som segurada por
um apoiador reproduziu o hino nacional e também trechos da fala de Bolsonaro na
reunião ministerial de 22 de abril.
O presidente
Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada pouco antes do meio-dia de
helicóptero e fez um sobrevoo pela Esplanada dos Ministérios, onde acontecia
mais uma manifestação pró-governo. O ato foi programado pelas redes sociais.
Muitos carros
ocuparam as seis faixas da Esplanada, com manifestantes de verde e amarelo em
frente ao Palácio do Planalto. Bolsonaro postou um vídeo de dentro do
helicóptero, mostrando a movimentação no local. "Brasília agora. Ordem e
progresso", postou o presidente.
Depois que
pousou na área da Vice-presidência do Palácio, Bolsonaro veio caminhando pela
pista acenando para os manifestantes que, vestidos de verde e amarelo e com
faixas e bandeiras do Brasil, estavam separados do presidente apenas por uma
grade.
Bolsonaro
ficou na manifestação por quase uma hora. Ele chegou de máscara, mas depois
retirou e continuou sem usá-la, nem qualquer equipamento de proteção
individual, mas era escoltado por seguranças que se protegiam com máscaras no
rosto. Havia manifestantes com e sem máscaras na aglomeração, contrariando as
orientações das autoridades de saúde em meio à pandemia do novo coronavírus.
O presidente
apertou as mãos de apoiadores e chegou a abraçar os manifestantes. Em pelo
menos dois momentos também carregou crianças no colo. Em seguida, Bolsonaro
voltou ao Palácio da Alvorada sem falar com a imprensa.
Decreto do
governo do Distrito Federal estabelece que pessoa física que desrespeitar as
regras de isolamento social pode ser advertida, sofrer multa e ser enquadrada
no crime de infração de medida sanitária preventiva.
Há outro
decreto do governo local que prevê multa de R$ 2 mil para quem descumprir a
regra de uso de máscara em locais públicos. Em caso de reincidência, conforme o
decreto, o valor passa a R$ 4 mil.
Bolsonaro tem
ido a manifestações pró-governo todos os fins de semana. Em todas as ocasiões,
costuma contrariar as orientações das autoridades de saúde, ora não usando
máscara, ora cumprimentando apoiadores e participando de aglomerações.
No sábado, o
Estadão mostrou que as mensagens trocadas entre Bolsonaro e Moro evidenciam que
o presidente falava da Polícia Federal, e não da sua segurança pessoal, como
tem alegado. O presidente decidiu que o então diretor-geral da PF, Maurício
Valeixo, seria demitido, sem dar ao ministro qualquer alternativa. "Moro,
Valeixo sai esta semana", escreveu o presidente. "Está
decidido", continuou ele, em outra mensagem enviada na sequência.
"Você pode dizer apenas a forma. A pedido ou ex oficio" (sic).
O vídeo da
reunião está ligado à investigação que apura a tentativa de interferência para
obter informações sobre investigações que pudessem prejudicar seu núcleo
familiar. As trocas no comando da corporação e na superintendência do Rio de
Janeiro levaram ao pedido de demissão de Moro, que revelou intenção do
presidente em indicar delegados mais próximos para os cargos de comando da
corporação.
A reunião
também foi marcada por palavrões, briga de ministros, anúncio de distribuição
de cargos para o Centrão e ameaça de demissão generalizada a quem não adotasse
a defesa das pautas do governo.
Com
informações portal O Povo Online
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