A retomada da economia
no Ceará já começa a ser planejada pelo Governo do Estado, mas ainda sem uma
definição. Em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares, na manhã de ontem,
o governador Camilo Santana mencionou a criação de um grupo de trabalho para
planejar a voltas às atividades, mas disse que ainda não há prazos para o
início da reabertura da economia. Apesar de reconhecer a importância de todos
os setores, o governador garantiu que as datas de divulgação e início do plano
de retomada deverá seguir as recomendações dos especialistas da área de saúde e
dos cientistas consultados.
Setor produtivo reage
com cautela
O grupo de trabalho
conta com a presença de representantes de várias secretarias estaduais, do
Ministério Público Estadual e Federal, das entidades de classes dos setores
econômicos e da sociedade civil.
"O plano (de
retomada) será construído por esse grupo, mas ainda não podemos definir uma
data para implementação. Quem vai definir isso são os técnicos e os
especialistas, que vão definir o momento certo. Eu sei que esse momento traz
angústias e sei dos impactos que esse momento tem na economia, mas isso está
acontecendo no mundo inteiro", disse Camilo.
O governador ainda
defendeu que as medidas de isolamento social foram tomadas para garantir a
segurança e saúde da população do Estado. Contudo, o Estado já trabalha com uma
previsão de retração do Produto Interno Bruto (PIB) para a economia cearense.
Apesar de economistas apontarem que poderá haver uma queda de até 3% das
riquezas geradas no Ceará em 2020, o governador Camilo disse que ainda é cedo
para prever o impacto da crise do novo coronavírus.
Além disso, o chefe do
executivo estadual ressaltou que o tamanho da redução poderá ser minimizado com
a implementação de medidas por parte do Governo Federal. Segundo Camilo
Santana, é preciso que haja injeção de recursos nos setores privado e público
para garantir um processo de retomada mais tranquilo para o País.
"O tamanho dessa
retração vai depender da ação do Governo Federal. Se o Governo estimula as
empresas e a atividade econômica com recursos, e o momento da retomada vai ser
importante, e tivermos recursos injetados no setor privado e no setor público
para que tenhamos investimentos podemos reduzir o impacto", disse o
governador.
Camilo ainda destacou
algumas ações do Ministério da Economia até aqui, como o auxílio de renda
emergencial de R$ 600 e as linhas de crédito oferecidas às empresas para a
manutenção de empregos.
"O Ministério da
Economia tem tomado ações importantes, mas tudo isso vai depender das ações
durante a pandemia e na hora da retomada, que dependerá das políticas de
estímulo e incentivo dos governos Federal e Estadual, mas o Governo Federal tem
muito mais força do que o Estado, por conta das políticas monetária e
fiscal", disse.
Setor produtivo
Durante a entrevista,
Camilo também reforçou que está aberto ao diálogo e que vem discutindo com
empresários as estratégias para reabertura da economia, assim como as medidas
de apoio às empresas no Estado. Apesar da disposição, ele demonstrou
resistência à demanda da suspensão da cobrança total do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Camilo destacou que os
pleitos relacionados a tributos estaduais serão analisados setor por setor, uma
vez que, mesmo durante a crise, algumas empresas mantiveram os níveis de
atividade e poderão registrar crescimento, ainda que estejam longe de ser maioria
do total do números de negócios no Estado.
O governador ainda
destacou que os impostos têm sido importante para manter o caixa do Governo
para garantir os investimentos na saúde, como a compra de respiradores e
equipamentos de proteção individual, e para a ampliação de leitos hospitalares
para atender os casos da Covid-19, seja com leitos normais ou de unidades de
terapia intensiva.
Vale-gás
Na manhã de ontem, o
governador também anunciou que o programa de auxílio de entrega de botijões de
gás a famílias de baixa renda no Ceará deverá começar até a próxima
segunda-feira, com a distribuição de vales. O projeto é uma parceria com a
Nacional Gás e deverá atender mais de 247 mil famílias em todo o Estado.
Por três meses,
beneficiários do Cartão Mais Infância Ceará, do Bolsa Família (com renda
"per capita" igual ou inferior a R$ 89,34) e famílias com jovens
inscritos no Programa Superação deverão receber o vale-gás.
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