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Quase metade dos brasileiros não tem controle sobre o que gasta



Um estudo feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em todas as capitais do País, apontou que quase metade, ou seja, 48% dos consumidores brasileiros não controla o seu orçamento. A pesquisa mostrou ainda que poucos brasileiros costumam planejar o mês com antecedência e optam por fazer esse controle apenas guardando as informações na memória (25%), sem fazer nenhum tipo de registro dos ganhos e gastos (20%) ou delegam essa função a outras pessoas (2%).
Falta de planejamento expõe brasileiros ao descontrole na hora de pagar os boletos e, consequentemente, aos atrasos e juros | Divulgação
A pesquisa apurou ainda que, mesmo entre aqueles que fazem algum tipo de controle de suas finanças, a forma como fazem isso não é a mais correta. Isso porque, em um grupo de dez pessoas, somente 33% planejam o mês com antecedência. A maior parte prefere anotar os gastos após eles acontecerem e outros 27% só anotam após o fechamento do mês.
A justificativa para não manter um controle sobre as finanças do mês, segundo a pesquisa, são as mais diversas: 20% preferem guardar as informações na memória, 16% afirmam não ter disciplina para isso e outros 16% alegam não ter rendimento fixo.
O economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon PA/AP), Luís Carlos Silva, ressalta que não ter nenhum tipo de preocupação com orçamento é comum entre os brasileiros. “Aqui não temos o costume de planejar. É quase endêmico. E quando isso ocorre, é comum as pessoas anotarem apenas aquilo que já gastaram”, frisa.
PREVISÃO DE GASTOS
O ideal, segundo ele, é sempre fazer uma previsão daquilo que vai se gastar. “O correto é separar as contas fixas e guardar uma margem para aquelas que são variáveis. E melhor ainda seria poder guardar uma margem na poupança, porque nunca sabemos quando iremos precisar”, ensina.
Para o economista, o planejamento deveria ser um hábito que pode prevenir as pessoas de caírem em algumas armadilhas. “Se for feito um planejamento, dificilmente a pessoa vai cair no cheque especial e na condição de conseguir pagar apenas o mínimo do cartão de crédito, que atualmente são as principais causas de inadimplência entre os brasileiros”, afirma.
Outra dica básica do economista é nunca se endividar além da capacidade de quitar essas dívidas. “O ideal é que as pessoas não comprometam mais de 30% da renda com pagamento de parcelas, porque se isso ocorrer, aumenta bastante as chances dessa pessoa se tornar um inadimplente”, reforça.
Ele destaca que a forma ideal de fazer esse planejamento, depende do perfil de cada um. “A maioria das pessoas prefere ainda usar o caderno de anotação. Mas acredito que as planilhas e os aplicativos criados para esse fim deveriam ser mais estimulados. Hoje temos aplicativos que inclusive avisam a pessoa quando ela está entrando no vermelho”, cita.
O economista acredita que o fato da educação financeira, a partir de agora, fazer parte da Base Nacional Comum Curricular trará, em longo prazo, um efeito positivo sobre as pessoas. “Acredito que a partir daí elas vão aprender a fazer um planejamento preventivo e que haverá de fato uma mudança de hábito”, avalia.

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