Os médicos da Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) de Juazeiro do Norte decretaram greve na tarde desta
quinta-feira (9) e interromperam parte dos atendimentos por conta do atraso de
pagamento nos meses de novembro e dezembro.
Apenas pacientes com
classificação vermelha e amarela, as mais urgentes, receberam assistência. A
interrupção no serviço causou tumulto nesta quinta e a Polícia Militar foi
chamada para controlar a situação.
A Secretaria de Saúde de
Saúde de Juazeiro do Norte informou que o repasse ao Instituto Médico de Gestão
Integrada (IMEGI) — empresa que geriu a unidade por dois anos —, referente ao
mês de novembro já foi feito. O valor pago foi de R$ 200 mil, restando R$ 46
mil, que não foram entregues por conta do horário. Enquanto o mês de dezembro,
aguarda a análise da produção.
Demissão em massa
Segundo o Sindicato dos
Médicos do Ceará, há mais um ano, os médicos tentam, sem sucesso, negociar a
normalização dos salários da Prefeitura com o Imegi. A entidade destacou que em
dezembro houve um pedido de demissão em massa por conta do atraso.
“Foram inúmeras
tentativas de negociação: reuniões com Prefeitura, com o Imegi e até com o
Ministério Público do Estado (MPCE). Mas nada mudou. Os médicos não têm outra
alternativa. E infelizmente, a população que precisa de atendimento é a que
mais sofre”, destaca Edmar Fernandes, presidente do Sindicato dos Médicos do
Ceará.
A Secretaria de Saúde de
Juazeiro do Norte informou que uma reunião acontece nesta quinta-feira com
representantes do IMEGI e da Associação das Crianças Excepcionais Nova Iguaçu
(ACEMI), que assumirá o controle da UPA e do Hospital São Lucas. Mais cedo, o
secretário Lucimilton Macedo esteve com representantes da empresa para
esclarecer a situação do repasse financeiro.
Sobre o funcionamento da
Unidade, a pasta informou que os médicos ficaram de dar uma resposta sobre a
normalização do serviço ainda nesta quinta-feira. Já o repasse de dezembro será
pago com a comprovação da execução dos serviços.
Postos sem médicos
O Sindicato dos Médicos
disse ainda que o município sofre com o fechamento de 31 posto de saúde e do
hospital público, restando apenas a UPA para o atendimento da população. A informação
foi rebatida pela Secretaria de Saúde que informou que não há nenhuma unidade
básica de saúde fechada, mas 18 estão sem médicos, que pediram demissão após a
implementação do ponto eletrônico, em março do ano passado.
Enquanto a situação não
é normalizada, sete unidades passaram a fazer atendimento noturno aos moradores
de qualquer bairro da cidade. Além disso, incluiu mais dois médicos de plantão
para atender esta demanda no Hospital Estephânia Rocha Lima.
O secretário de Saúde de
Juazeiro do Norte, Lucimilton Macedo, explica que os médicos que ocupavam estas
vagas questionaram também o valor do salário pago pelo Município.
“Agora, estamos fazendo
um planejamento para reajustar esses salários e conseguir atrair novos
médicos”, justifica. O salto será de R$ 5.400 para R$ 7.500. “É o valor que se
paga na região. A gente vai fazer a mesma estratégia de municípios próximos”,
completa.
Fonte: G1 CE
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