Independentemente do seu peso, se você não larga o refrigerante e mantém
seu consumo frequente, é bom começar a se preocupar. Isso por que um novo
artigo recente publicado no JAMA Internal Medicine, no começo de setembro,
observou que um maior consumo de refrigerantes totais, adoçados com açúcar e
adoçados artificialmente, foi associado a um maior risco de mortalidade por
todas as causas.
“Enquanto o consumo de refrigerantes adoçados artificialmente
foi associado positivamente a mortes por doenças circulatórias, os
refrigerantes adoçados com açúcar foram associados a mortes por doenças
digestivas”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita,
membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do American
College of LifeStyle Medicine. Para o estudo, um grupo internacional analisou
dados de 451.743 adultos de 10 países europeus. Os dados vieram da European
Prospective Investigation on Cancer and Nutrition (EPIC).
De acordo com o estudo, durante um acompanhamento médio
(intervalo) de 16,4 anos, ocorreram 41.693 mortes. “Foi encontrada maior
mortalidade por todas as causas entre os participantes que consumiram 2 ou mais
copos de refrigerante por dia.
Também foram observadas associações positivas entre
refrigerantes adoçados artificialmente e mortes por doenças circulatórias,
quando os participantes consumiam mais de dois copos por dia; já entre os
refrigerantes adoçados com açúcar, o maior índice é por mortes por doenças
digestivas, quando consumiam apenas um copo ou mais por dia”, diz o estudo.
A angiologista Dra. Aline Lamaita explica que o açúcar está
relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus. “Estudos mais recentes
vêm apontando o carboidrato, o açúcar, que também está presente no
refrigerante, como grande vilão para o aumento de colesterol. Além disso, com o
diabetes, podemos desenvolver problemas arteriais, causar um espessamento e
acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, entupindo as
artérias.
Dependendo de qual lugar do corpo isso acontece (de qual
artéria foi afetada), você pode manifestar um infarto, um derrame ou com aquele
problema de claudicação – que é quando você vai caminhar e tem dificuldade de
andar porque falta sangue nas pernas (é como se a pessoa andasse uma quadra e
tivesse que parar para descansar porque a perna começa a doer)”, afirma a
médica.
Já o grande problema dos refrigerantes adoçados
artificialmente é a quantidade maior de sódio. “Geralmente, tudo que é gostoso
tem um pouco de açúcar e de sódio, que confere sabor no alimento. Então quando
você vai tirar o açúcar e acrescenta muito adoçante, uma maneira que a
indústria usa para mascarar aquele sabor ruim do adoçante e realçar o sabor
doce do alimento é acrescentando sódio. Você pode reparar que todo produto que
é light, diet, zero, que é limitado em açúcar e contém adoçante, você pode
olhar na tabela e comparar que ele tem mais composição de sódio em geral do que
os outros”, explica a angiologista. “O sódio é vilão, porque ele vai contribuir
com o aumento de pressão arterial, que é um fator de risco para a doença
aterosclerótica e problemas circulatórios, e aumenta muito a retenção hídrica”,
explica ela. “O sódio favorece a retenção de líquido, provoca inchaço e aumenta
a pressão sobre os vasos sanguíneos e deixa o sangue mais denso, pesado,
podendo favorecer a formação de coágulos”, explica.
Com o estudo, há uma expectativa de mais campanhas de saúde
pública destinadas a limitar o consumo de refrigerantes. “Mas é fundamental que
você busque desde já ajuda de um médico ou nutricionista para eliminar
gradualmente o consumo desse produto na sua dieta”, finaliza.
Fonte Notícias ao Minuto
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