Após a
detecção de novas porções de óleo na região do Delta do Rio Parnaíba, na divisa
entre Maranhão e Piauí, um navio da Marinha passa, a partir de hoje (17), a
auxiliar as equipes na busca e no recolhimento dos resíduos lançados ao mar.
A substância tornou a aparecer neste sábado (16), levando as autoridades
a recomendar que os banhistas evitem o contato com a água.Emissor de boletins
diários, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) estima que o vazamento já tenha afetado dez estados, 115
municípios e 625 localidades. As manchas de óleo são observadas em 19 pontos do
país.
Os vestígios, quando o nível de contaminação é de até 10%, já totalizam 354
ocorrências. O Ibama também tem divulgado diariamente relatórios que
mostram o impacto do vazamento na fauna. Ao todo, foram encontrados 140 animais
oleados, ou seja, com o corpo coberto parcial ou integralmente por petróleo, dos
quais 100 morreram.
Em nota, a Marinha destaca que, até o momento, contribuiu com a
designação de 5.615 militares para a missão, além de ter disponibilizado 37
navios e 11 aeronaves. Na mensagem, informa ainda que compõem a equipe 5 mil
militares do Exército, 74 servidores do Ibama, 55 do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 3.873 da Defesa Civil e 440
funcionários da Petrobras.
“De acordo com o levantamento feito pelo Ibama, foram
contabilizadas, aproximadamente, 4.500 toneladas de resíduos de óleo
retirados das praias nordestinas, até o dia de hoje. A contagem desse material
não inclui somente óleo, mas também é composta por areia, lonas, EPI
[Equipamento de Proteção Individual] e outros materiais utilizados na coleta. O
descarte é feito pelas secretarias de Meio Ambiente dos estados”,
acrescenta a nota, divulgada na noite de ontem.
Poluição A poluição do litoral do Nordeste brasileiro por manchas de
óleo foi constatada no início de setembro. Segundo a Polícia Federal (PF), uma
embarcação grega é suspeita de ter causado o derramamento de óleo, que já
atingiu mais de 250 praia. A embarcação grega teria atracado em 15 de julho na Venezuela,
onde permaneceu por três dias, antes de seguir para Singapura, pela África do
Sul.
As investigações permitiram identificar que a mancha inicial do óleo,
cuja extensão ainda não foi calculada, se encontrava a 700 quilômetros da costa
brasileira (em águas internacionais). Devido à localização do volume
original, especialistas que trabalham no caso acreditam que o derramamento deve
ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho.
Conforme a Polícia Federal, ao utilizar técnicas de geociência, foi
possível o reconhecimento do “único navio petroleiro que navegou pela área
suspeita” naquela data.Pela primeira vez, um vazamento de óleo registrado no
Nordeste chegou até o litoral do Sudeste. O episódio foi confirmado também pela
Marinha, no último dia 9.
A instituição esclareceu que foram encontrados e recolhidos
pequenos fragmentos de óleo na praia de Guriri, no município de São Mateus, no
Espírito Santo. As amostras da substância foram encaminhadas para o Instituto
de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, que confirmou ser o mesmo óleo
encontrado no Nordeste.
Fonte Agência Brasil
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