Cada vez mais a nossa rotina anda agitada e com diversas
tarefas para serem realizadas. E na tentativa de evitar que o organismo tenha
algum desfalque, muitas pessoas investem nos suplementos multivitamínicos. De
acordo com uma pesquisa divulgada em 2016 pela Associação Brasileira da
Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), 54% dos lares
têm pelo menos uma pessoa que usa suplementos alimentares. Desse montante, 48%
consomem vitaminas.
A questão é que para
conseguir manter o corpo saudável e livre de muitas doenças, não há a
necessidade do consumo desses produtos. Basta investir em uma alimentação
variada para conseguir levar ao organismo a quantidade ideal de ingestão de
vitaminas.
Sem esquecer que os
suplementos multivitamínicos, mesmo sendo vendidos sem prescrição médica,
costumam ser mais indicados para pessoas com deficiência desses nutrientes,
como por exemplo um atleta, vegano, vegetariano ou um indivíduo com carência
devido alimentação desequilibrada ou a problemas de absorção de vitaminas.
Quanto mais melhor? Não
nesse caso
É bom lembrar que o
nosso corpo possui uma quantidade limite diária desses nutrientes que são
absorvidos e utilizados de maneira correta --geralmente, esse valor é a
referência de consumo ao longo de um dia. Manter uma quantidade diária acima do
valor máximo, sem que a pessoa tenha uma doença que leve à deficiência
vitamínica, por exemplo, pode causar toxicidade. E na maioria dos casos, isso
acontece com a união da dieta e dos suplementos multivitamínicos sem o correto
acompanhamento médico.
Quando usadas em
excesso, as vitaminas hidrossolúveis (C e complexo B) são eliminadas pela
urina, mas ainda assim podem causar algum tipo de intoxicação e possíveis
problemas renais, por conta da sobrecarga dos rins na hora de filtrar essa
maior quantidade de substâncias. Já as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)
permanecem no organismo, o que leva a diversos distúrbios.
Turbine a absorção das
vitaminas
Mas e se ocorrer tiver
uma deficiência? Nesses casos, pode ser preciso sim suplementar. Mas primeiro é
preciso verificar o quanto conseguimos aproveitar deles em cada alimento.
Isso porque é normal que
não absorver 100% da quantidade do nutriente que o alimento contém. Por
exemplo, 100 g de atum enlatado tem 2,5 mg de vitamina E. Mas isso não
significa que o organismo irá consumir toda essa quantidade e de uma só
vez.
Normalmente, o nutriente
entra no corpo aos poucos, mas esse processo varia de pessoa para pessoa, sendo
importante uma avaliação médica da saúde intestinal do indivíduo a fim de saber
se há algum desequilíbrio inflamatório ou de microbiota que interfira nessa
absorção.
Ao colocar no prato
alimentos que contribuam para essa maior absorção no organismo, por exemplo,
você pode aumentar essa biodisponibilidade. Para aumentar a vitamina A, o uso
de 5 g de abacate ou azeite durante as refeições é uma ótima dica.
Fontes consultadas:
Henrique Suplicy, endocrinologista, professor de endocrinologia e metabologia
na Universidade Federal do Paraná e membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Juliana Garcia Dias, endocrinologista do
Hospital Barra D´Or, membro titular da SBEM e da Endocrine Society; Alan Tiago
Scaglione, nutricionista da Estima Nutrição, em São Paulo e especialista em
suplementação nutricional aplicada ao Exercício pela Universidade de São Paulo
(USP), Camille Perella, nutricionista e mestre em ciências médicas pelo
Departamento de Endocrinologia no grupo de lipídeos da Faculdade de Medicina da
Usp, Fernando Cerqueira, médico nutrólogo pela Associação Brasileira de
Nutrologia (Abran)
Fonte: Viva
Bem/UOL
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